Partido de Marina se chamará Rede Sustentabilidade

Lançado oficialmente neste sábado (16), o novo partido que terá como estrela principal a ex-senadora Marina Silva vai se chamar Rede Sustentabilidade. O número da legenda ainda deverá ser definido posteriormente pelos integrantes da legenda que se reúnem em Brasília.

A definição do nome foi feita ontem após reunião entre os novos fundadores. “Ficou Rede Sustentabilidade. Fechado”, disse à Folha o coordenador jurídico da Rede Própartido, André Lima. ”Tanto no conceito de rede quanto de sustentabilidade a ideia de força democrática é muito forte”, acrescentou.

Segundo o coordenador, no dia a dia partidário o nome utilizado, no entanto, deve ser apenas Rede.

Conforme a Folha revelou na edição deste sábado, alguns pontos do estatuto ainda não têm consenso e, segundo Lima, precisarão ser aprimorados. Entre eles está o prazo de validade para os mandatos de um parlamentar eleito pelo partido. Inicialmente foi estabelecido um prazo máximo de 16 anos de mandato. No estatuto aprovado, o parlamentar vai poder concorrer apenas a uma reeleição.

A regra poderia impedir a própria Marina Silva se candidatar novamente, pois exerceu o cargo de senadora por 16 anos pelo Estado do Acre. Ela foi eleita para dois mandatos consecutivos, em 1994 e em 2002. Em 2010, disputou a Presidência da República.

No estatuto aprovado, o parlamentar vai poder concorrer apenas a uma reeleição.

“Se o candidato for muito bom, ele pode pedir um plebiscito interno para que todos os integrantes o endossem”, explicou Lima.

Outro ponto acertado é a flexibilização da aplicação da “ficha limpa” para o registro de um novo filiado.

“O critério do ficha limpa é importante, mas não é absoluto. A pessoa foi punida, cumpriu a pena dela, por que não poderá ser mais militante?”, ponderou o coordenador. Outros casos que poderão ser aceitos são aqueles em que o militante foi condenado exercendo atividades em movimentos sociais.

Com relação às doações, permaneceu o texto original que veta o recebimento de recursos de empresas dos setores de bebidas alcoólicas, cigarros, armas e agrotóxicos. Apesar de essa regra valer para as próximas eleições de 2014, ela não é considera uma “cláusula pétrea”, podendo ser alterada em convenção.

Os apoiadores de Marina deixaram claro ainda que parlamentares considerados ficha limpa, mas com problemas na Justiça, também serão vetados. Foram citados como exemplos, durante entrevista coletiva, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e Paulo Maluf (PP-SP).

Após o lançamento da legenda, para que ela seja criada de fato ainda é necessária a coleta de cerca de 500 mil assinaturas, em ao menos nove Estados, e a aprovação pelo Tribunal Superior Eleitoral.

A coleta deve ser iniciada nesta segunda-feira (18) e se concentrar na internet e em ações de colaboradores nos Estados, que deverão seguir a mesma ideia usada em 2010, quando voluntários montavam em suas residências comitês conhecidos como “Casa de Marina” para dar suporte à campanha presidencial da candidata.

MARINA

A ex-senadora Marina Silva defendeu o nome Rede Sustentabilidade para a criação de seu novo partido. Indiretamente, ela justificou porque evitou utilizar a palavra partido.

“Nós estamos aqui, não de uma forma carimbada, inventada, nós estamos sendo uma inovação na política”, disse.

A Folha apurou que também foi cogitado o nome Rede Democrática, mas que perdeu força para evitar eventuais comparações ao DEM.

“Nosso nome, que vamos registrar, é Rede porque a pior coisa que tem é ficar se travestindo daquilo que a gente não é. Nós somos aquilo que nós já somos: uma rede. Se não fôssemos uma rede, não teríamos hoje mais de mil pessoas se organizaram para chegar aqui”, completou.

O nome foi aprovado, por aclamação pela maioria, pelos participantes do evento. Durante a votação, houve algumas vaias.

Ela disse ainda que “ninguém está preso nesta Rede, mas embalado por ela”.

A ex-senadora ainda argumentou que a ideia da Rede é reunir empresários, jovens em torno do diálogo por um Brasil sustentável.

CRÍTICAS

No evento, foi divulgado um manifesto apócrifo com críticas ao estatuto.

O evento reuniu em Brasília mais de 1.000 apoiadores do novo projeto e custou R$ 150 mil. A conta foi paga por cotas assumidas por 250 pessoas que fazem parte da fundação do Rede. Ficou acertado ainda uma doação mensal de R$ 10 a R$ 90 para esse grupo.

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