Secretário de Educação diz que greve tem interesse eleitoral no sindicato

O secretario de Educação Daniel Zen usou o seu perfil no Facebook para desmentir a notícia veiculada num site local dando conta de que ele teria mandado fechar o portão do CERB e colocado seguranças para mandar impedir a realização de assembleia de trabalhadores da Educação. Leia após o texto, nota do Sindicato dos Professores.

“Só quero lembrar que notícia caluniosa, fantasiosa, sem perquerição da verdade, constitui em grave infração legal”, disse Daniel Zen dando a entender que deverá entrar com ação legal contra o site e contra o jornalista que assina a matéria.

A matéria citada pelo secretário foi titulada “Zen manda fechar portão do CERB e coloca seguranças para impedir entrada de servidores”. No entanto, não traz no corpo do texto nenhum argumento que confirme o que diz no anunciado, a não ser uma referência de que, supostamente, a informação procedia de sindicalistas.

Manutenção da greve tem motivações políticas

Em outra postagem, Daniel Zen faz duras críticas à condução do movimento que vem sendo dada por sindicalistas e denuncia que a greve está sendo mantida por conta do interesse de alguns desses nas eleições para o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Acre (Sinteac), a maior organização sindical do Estado.

“O interesse na disputa pela direção do sindicato é legítimo? Claro que sim! Mas não podem se utilizar de artifícios para turvar a opinião dos demais em benefício próprio, fazendo da greve uma campanha antecipada. Para eles, quanto menos esclarecida estiver a proposta e quanto mais tumultuada forem as assembleias, melhor”, alerta o gestor.

Postagens de Daniel Zen no Facebook:

Postagem 1

Famoso sítio eletrônico de pseudojornalismo do Estado, notório por suas “barrigas” e notícias fantasiosas, acaba de afirmar, de forma peremptória, que “Zen manda fechar portão do CERB e coloca seguranças para impedir entrada de servidores”, se referindo a uma suposta obstrução da entrada dos grevistas na assembleia sindical dos trabalhadores em educação, convocada para as 10h00 da manhã desta sexta-feira, dia 19/07, cuja autoria é a mim atribuída.

Não participo e nem interfiro (não tenho esse poder) na metodologia, na forma e na dinâmica de realização de assembleias sindicais. Meu dever é reconhecer a legitimidade da greve, receber os sindicalistas, demais grevistas e suas respectivas propostas, analisa-las a luz da legalidade e das condições orçamentárias e financeiras, fazer cálculos e projeções, dar publicidade aos dados e informações contábeis da Educação do Estado… É o que tenho feito desde o início das negociações, continuo e continuarei fazendo até chegarmos a um bom termo.

Da greve e das assembleias, cuidam os sindicatos e os grevistas. Se o jornalista sequer entende os papeis de cada um nesse processo dialético (o que é uma temeridade, para quem se assume como jornalista), é um sinal greve de obscurantismo… Só quero lembrar que notícia caluniosa, fantasiosa, sem perquerição da verdade, constitui em grave infração legal.

Saudações!

Postagem 2

Sobre o que houve na assembleia sindical de hoje, 19/07, ou melhor, sobre o acontecido na assembleia que não houve (com perdão do trocadilho) está muito claro, para mim (e para uma quantidade cada vez maior de pessoas) que tem gente mais interessada na manutenção da greve pela greve do que no desfecho dela, independente do acordo que venha a ser firmado.

Foram essas as pessoas que obstruíram a entrada dos demais no local da assembleia pela manhã, impedindo que a resposta do Governo à proposta da categoria fosse sequer apreciada. São as mesmas pessoas que insistiam em dizer que havia dinheiro, que o Governo estava mentindo, blefando, escondendo o jogo e maquiando os números e que, depois de ter acesso aos dados contábeis com riqueza de detalhes, dados estes fornecidos pelo próprio Governo, chegaram a conclusão de que, realmente, o que a Equipe de Negociação alegava era verdadeiro.

São as mesmas pessoas que, nas reuniões, se comportam educadamente, como gatinhos, mas que bradam como leões, como hooligans na frente dos demais colegas grevistas.

Eles insuflam, inflamam, tumultuam, mas não conseguem sustentar suas alegações com fundamento em argumentos racionais, baseados na realidade. São os mesmos que foram as escolas, nessa semana e, ao se deparar com a opinião divergente de alguns professores e alunos contrários à greve, tentaram obter adesões na base da coação, invadindo as salas de aula, empurrando e agredindo pessoas, chutando portas e, como uma horda em turba, promovendo a baderna em diversos ambientes escolares.

Essas pessoas, que ingressaram recentemente na carreira, a maioria no último concurso de 2010 e vindas de outros estados do país, não têm a compreensão das conquistas históricas e tampouco das lutas travadas anteriormente. Para elas, todos são pelegos, corruptos, criminosos e vendidos. Essas mesmas pessoas têm ligações com movimentos anarquistas e com organizações de extrema esquerda. Não representam, em absoluto, o interesse manifesto pela maioria de seus pares, esses, sim, verdadeiros interessados no desfecho das negociações. Ao contrário, representam, tão somente, seus próprios interesses, que, no presente caso, resta bem claro e é um só: conquistar a direção do maior sindicato do Acre para suas próprias hostes radicais.

O interesse na disputa pela direção do sindicato é legítimo? Claro que sim! Mas não podem se utilizar de artifícios para turvar a opinião dos demais em benefício próprio, fazendo da greve uma campanha antecipada. Para eles, quanto menos esclarecida estiver a proposta e quanto mais tumultuada forem as assembleias, melhor.

Só lamento que bons profissionais, desavisados e de boa-fé, se deixem levar por esse tipo de estratégia manjada e não percebam a lógica subjacente, aquela que está por trás de tudo isso. Uma proposta que trará impacto financeiro entre R$ 78 a 86 milhões na folha de pagamento de 2014 não pode ser de todo ruim, não é mesmo? E eles sequer deixaram essa proposta ser analisada hoje, nem que fosse para ser rejeitada. Pensem nisso…

Leia nota do Sindicato dos Professores

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