Poder Invisível: Leitura obrigatória para Marcus e GladsonC neste domingo

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Capa deste fim de semana de Carta Capital

oestadoacre reproduz abaixo análise do Le Monde Diplomatique (jornal francês) sobre o Brasil…

Sugiro a Marcus Alexandre, especialmente, que dê um tempo no cafezinho e leia…

Sugiro ao GladsonC que pare um pouco e também leia…e que a oposição também leia… e comece a compreender o que está acontecendo com o país que ela ajudou a desmontar em dois anos.

Vai ajudar a vencer as eleições no Acre? Não sei…mas deve ajudar a ver melhor as coisas…

Que os partidos PT, PMDB, PSDB, especialmente, leiam…

E vejam que a saída para o Brasil é a política…só a política…e todos os atores democráticos precisam estar juntos (neste primeiro momento e depois cada um segue seu rumo) para enfrentar o monstro que nos ameaça e domina a todos.

Essa a contribuição modesta do oestadoacre, por sugestão da Fátima Nobre (RJ) neste domingo aos melhores leitores.

J R Braña B.

Le Monde Diplomatique analisa o Brasil: ‘O poder invisível e seu exercício’

 

“O Le Monde Diplomatique esmiúça a crise no Brasil”. De fato, trata-se de uma sofisticada análise das forças que governam a política do país e que bem poderia ter por título “O poder invisível e seu exercício”. Eis, em 13 itens, essa precisa anatomia:

1 – O foco do poder não está na política, mas na economia. Quem comanda a sociedade é o complexo financeiro-empresarial com dimensões globais e conformações específicas locais.

2 – Os donos do poder não são os políticos. Estes são apenas instrumentos dos verdadeiros donos do poder.

3 – O verdadeiro exercício do poder é invisível. O que vemos, na verdade, é a construção planejada de uma narrativa fantasiosa com aparência de realidade para criar a sensação de participação consciente e cidadã dos que se informam pelos meios de comunicação tradicionais.

4 – Os grandes meios de comunicação não se constituem mais em órgãos de “imprensa”, ou seja, instituições autônomas, cujo objeto é a notícia, e que podem ser independentes ou, eventualmente, compradas ou cooptadas por interesses. Eles são, atualmente, grandes conglomerados econômicos que também compõem o complexo financeiro-empresarial que comanda o poder invisível. Portanto, participam do exercício invisível do poder utilizando seus recursos de formação de consciência e opinião.

5 – Os donos do poder não apoiam partidos ou políticos específicos. Sua tática é apoiar quem lhes convém e destruir quem lhes estorva. Isso muda de acordo com a conjuntura. O exercício real do poder não tem partido e sua única ideologia é a supremacia do mercado e do lucro.

6 – O complexo financeiro-empresarial global pode apostar ora em Lula, ora em um político do PSDB, ora em Temer, ora em um aventureiro qualquer da política. E pode destruir qualquer um desses de acordo com sua conveniência.

7 – Por isso, o exercício do poder no campo subjetivo, responsabilidade da mídia corporativa, em um momento demoniza Lula, em outro Dilma, e logo depois Cunha, Temer, Aécio, etc. Tudo faz parte de um grande jogo estratégico com cuidadosas análises das condições objetivas e subjetivas da conjuntura.

8 – O complexo financeiro-empresarial não tem opção partidária, não veste nenhuma camisa na política, nem defende pessoas. Sua intenção é tornar as leis e a administração do país totalmente favoráveis para suas metas de maximização dos lucros.

9 – Assim, os donos do poder não querem um governo ou outro à toa: eles querem, na conjuntura atual, a reforma na previdência, o fim das leis trabalhistas, a manutenção do congelamento do orçamento primário, os cortes de gastos sociais para o serviço da dívida, as privatizações e o alívio dos tributos para os mais ricos.

10 – Se a conjuntura indicar que Temer não é o melhor para isso, não hesitarão em rifá-lo. A única coisa que não querem é que o povo brasileiro decida sobre o destino de seu país.

11 – Portanto, cada notícia é um lance no jogo. Cada escândalo é um movimento tático. Analisar a conjuntura não é ler notícia. É especular sobre a estratégia que justifica cada movimento tático do complexo financeiro-empresarial (do qual a mídia faz parte), para poder reagir também de maneira estratégica.

12 – A queda de Temer pode ser uma coisa boa. Mas é um movimento tático em uma estratégia mais ampla de quem comanda o poder. O que realmente importa é o que virá depois.

13 – Lembremo-nos: eles são mais espertos. Por isso estão no poder.”

(Le Monde – Diplomatique)

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