137 anos de Rio Branco (minha cidade!)

137 anos rbo #

Praça da Revolução (Plácido de Castro)…ao fundo o Quartel da PM e o Hotel Chuí, lado esquerdo

Mudei para Rio Branco definitivamente em 1979…

Quando vim para estudar no Colégio Meta, ainda do Evaristo e do Itamar..

Faz tempo…

40 anos…quatro décadas…

Já vivíamos o começo da abertura política…

Surgia o PT…mas não entrei no Partido dos Trabalhadores.

A força dos sindicatos explodia…

Mas até 1979 fui um idiota sem saber…

Rua Fausto Robalo, centro…(a 100 metros da Praça da Revolução…que vendi bombons em tabuleiro pra ter uns trocados)…colado à Miragina…inesquecível!

Era a rua da minha avó Beatriz (eu, que fui criado por duas avós…a outra, de Sena, foi Diamantina…uma peruana que nunca soube que seu sangue veio da terra dos Incas.

Em Rio Branco havia picolé de Veneza..acredite…era verde… muito bom…

Meus carnavais eram no Rio Branco (clube no centro, hoje abandonado…)

O Juventus era muito longe.. (no Bosque)

E entre eles ficava o Internacional…

E o Atlético do outro lado do rio Acre…nunca fui.

Fui cinéfilo de carteirinha do Cine Acre e do Cine Rio Branco…

…E amante dos sonhos com goiabada e um copo de leite gelado na cantina do Raimundo Laureano, pai do Pranchão, artista acreano dos melhores….sempre antes de ir comprar o jornal (OGlobo, JS, Folha, JB) na banca do Ariosto, na praça, quando sobrava dinheiro.

Sou do tempo do Meu cantinho…na Ceará

Do supermercado Beira-Rio…

Do Palácio da Cultura…

Das Casas Pernambucanas…

Do sorvete do Fabiano, ao lado do Colégio Acreano…

Dos botecos paupérrimos do Bosque…

Dos jogos memoráveis no Zé de Melo…(dos craques Dadão, Escapulário, Emilson, Rui…todos que já partiram…)

Sou do tempo do Hotel Chuí (hoje prédio da prefeitura)…dos jantares que, ainda vivo, meu avô, Manolo, nos levava…

Não havia nenhuma ponte sobre o Rio Acre…atravessávamos de catraia…para ir para a casa da Dona Crisalda…que o segundo Distrito inteiro conheceu.

De ouvir Terry Winter durante os jogos de baralho na casa da minha avó (in memoriam), já viúva, e que passou a viver com muita dificuldade criando os meus tios e mais eu e um argentino que, por lá apareceu….a casa da vó Beatriz acolhia todo mundo.

Era um tempo que tínhamos…

Hoje Rio Branco completa 137 anos…

Uma cidade maltratada de todas as formas…

Mas que resiste bravamente…

Rio Branco ainda é uma cidade do terceiro e quarto mundos…

Sofrida, subdesenvolvida…

Com mais da metade de seus habitantes pobres…

Mas essa é a minha cidade…

Que escolhi.

Por isso me dou o direito de defendê-la do jeito que me dá na telha…

Rio Branco é novíssima ainda…nasceu ontem…!

Sei que daqui a mil anos Rio Branco será outra…

Completamente moderna e, quem sabe, justa…

Mas, infelizmente, sem os picolés de Veneza e os sonhos de goiabada com leite gelado.

J R Braña B.


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