Francisco Dandão – Por esses dias eu me peguei lembrando o quanto jogadores negros contribuíram para as mais expressivas conquistas futebolísticas do país, apesar de todo o preconceito racial existente desde sempre nessa antiga Terra dos Papagaios, onde um dia aportaram as naus de um certo Pedro Cabral.
Pra início de conversa, só pra dar um start com um argumento definitivo, o maior de todos, o rei do mundo nesse quesito esportivo, de nome Edson Arantes do Nascimento, Pelé para íntimos e nem tanto, foi um atleta negro. Perfeito em todos os fundamentos, jamais se verá alguém igual a ele.
Pelé, à parte, porém, criatura que todos sabem estar numa prateleira superior à dos demais mortais, nessas de lembranças eu consegui escalar, posição por posição, quatro seleções do Brasil formadas por atletas negros de categoria excepcional, equipes que eu nominarei nas linhas que seguem.
Primeiro time: Nelson da Conceição (titular da seleção no Campeonato Sul-Americano de 1923); Djalma Santos (Copas de 1958 e 1962), Domingos da Guia (Copa de 1938,), Zózimo (Copas de 1958 e 1962) e Everaldo (Copa de 1970); Fausto (Copa de 1930), Didi (Copas de 1954, 1958 e 1962) e Moacyr (Copa de 1958); Jairzinho (Copas de 1966, 1970 e 1974), Leônidas da Silva (Copas de 1934 e 1938) e Edu (Copa de 1970).
Segundo time: Barbosa (Copa do Mundo de 1950); Fidélis (Copa de 1966), Luís Pereira (Copa de 1974), Joel Camargo (Copa de 1970) e Marco Antônio (Copas de 1970 e 1974); Denilson (Copa de 1966), Mengálvio (Copa de 1962) e Paulo Cézar “Caju” (Copas de 1970 e 1974); Jair da Costa (Copa de 1962), Jorge Mendonça (Copa de 1978) e Paraná (Copa de 1966).
Terceiro time: Dida (Copas do Mundo de 1998, 2002 e 2006); Carlos Alberto Torres (Copa de 1970), Aldair (Copas de 1990, 1994 e 1998), Márcio Santos (Copa de 1994) e Júnior (Copas de 1982 e 1986); César Sampaio (Copa de 1998), Toninho Cerezzo (Copas de 1978 e 1982) e Valdo (Copas de 1986 e 1990); Paulo Isidoro (Copa de 1982), Coutinho (Copa de 1962) e Denilson (Copas de 1998 e 2002).
Quarto time: Veludo (Copa do Mundo de 1954); Josimar (Copa de 1986), Brito (Copas de 1966 e 1970), Luisinho (Copa de 1982) e Rodrigues Neto (Copa de 1978); Vampeta (Copa de 2002), Rivaldo (Copas de 1998 e 2002) e Júlio Baptista (Copa de 2010); Müller (Copa de 1986, 1990 e 1994), Flávio Minuano (Copa de 1966) e Romeu Cambalhota (Copa América de 1975).
É muita gente boa, né não? Ora se é!
Francisco Dandão – cronista e tricolor – sabe tudo de futebol e um pouco mais…