Por Marcus Fleming e Angela Bessa – Como já havíamos proposto, queremos só reiterar que este trabalho, esta matéria de cunho acadêmico e jornalístico se dispõe focar num órgão da Administração Pública para estudo, no que possivelmente será motivo também de pesquisa agregando a experiência dos autores. Para isso escolhemos o Tribunal de Contas do Acre como estudo de caso. O que não significa que tenhamos a intenção de fazer críticas ao modelo já existente ou em construção, pela referida Corte de Contas.
Para tanto, procuramos trabalhar numa esfera acadêmica, inclusive, com apresentação de conceitos, referências de modelo e uma sequência lógica de construção dessa temática, tão explorada no mundo empresarial. Exatamente, por tratar-se dos processos de organização, direção, coordenação, controle, planejamento e liderança.
Por mais de três décadas estivemos desenvolvendo funções e cargos na iniciativa privada e no setor público, participando de treinamentos, angariando conhecimentos e novos saberes sobre o assunto. Portanto, temos passado para o leitor um pouco da nossa vivência acadêmica e experiência profissional.
Pretendemos, inclusive, trazer para o debate, se assim acharmos conveniente, as opiniões e as fundamentações teóricas expostas publicamente por administradores e consultores com expertise em lidar com estratégias organizacionais.
Maria Luíza Figueira, ao criar uma plataforma de IA, intitulada “Education Journey“, se propôs a promover a aprendizagem corporativa e numa entrevista fez a seguinte revelação: “tive o privilégio de viver na interseção de algumas das forças mais transformadoras do nosso tempo: tecnologia, educação e empreendedorismo“.
O Planejamento Estratégico, por sua vez, nunca deixou de ser um processo, uma tecnologia gerencial que tira o melhor proveito do que possa existir em termos de educação, formação cognitiva e experiência dos colaboradores, passando a servir como instrumento que propicia o empreendedorismo. Os CEOs se veem com a responsabilidade de construir ou reconstruir, de forma inteligente, plataformas e projetos integrados ao sonho de alavancar as empresas procurando fazer a diferença no mercado de trabalho.
E assim, na ânsia de verem a organização que dirigem procuram gerar resultados presentes e com perspectivas futuras, daí, então, abandonam o planejamento tradicional e buscam dar a este ênfase e robustez necessárias para que as estratégias passem a agregar valor aos processos de mudança e transformação. Daí então, se corre atrás dos melhores resultados econômicos, financeiros e sociais que propiciem garantia de qualidade, produtividade, distribuição e entrega ao consumidor final.
Na gestão governamental, compreendendo as ações de governo que cobrem as necessidades dos Munícipios, Estados e Federação são formuladas as macros políticas públicas. E as áreas selecionadas acabam por dispor de receber os recursos públicos, que atendam às diversas demandas, com a melhor entrega à população, nas seguintes áreas: saúde, educação e esportes, infraestrutura, habitação, saneamento básico, segurança, cultura etc.
No universo empresarial, em geral, temos as seguintes políticas: administrativa, financeira, tecnológica, comercial, marketing, logística etc. Por vias de consequência, há um empreendimento de esforços para que a organização se deslanche, empreenda, promova seu próprio crescimento e desenvolvimento institucional.
No Tribunal de Contas do Estado do Acre não é diferente assim como nas demais Cortes de Contas do país. Procura-se buscar eficiência, produtividade, fiscalização, eficácia, confiando-se na aplicabilidade dos processos de gestão competentes. Daí, a força do controle externo procura cumprir e fazer cumprir a missão constitucional do Tribunal.
Assim, podemos admitir que os Conselheiros e os Membros do Ministério Público, articulam-se entre si e se reúnem para decidir sobre a implantação do Planejamento Estratégico. No entanto, cabe aqui ressaltar que o melhor estágio do processo ocorre sob a égide do conceito de gestão participativa.
Consequentemente, não existe um projeto de desenvolvimento institucional eficaz, sem a efetiva participação dos atores protagonistas e dos atores coadjuvantes na construção de projetos pequenos, médios e de grande porte. O propósito é encontrar estratégias que façam a diferença ao se realizar as estratégias, objetivos e metas na vida da organização.
Por isso, afirmamos que um Planejamento Estratégico, que se preze não pode abrir mão da participação dos funcionários públicos, servidores, colaboradores e da sociedade, razão pela qual o Planejamento Participativo passa a merecer respeito e ganha notabilidade na administração pública e reconhecimento social. Seja qual for o órgão público, ao se elaborar o orçamento empresarial, este passa a tornar-se peça importante do planejamento estratégico, por levar o nome de Orçamento Participativo. Esse entendimento é fundamental para darmos continuidade à nossa reflexão sobre o tema em tela.
Quanto a maiores detalhes, discutiremos mais à frente, tendo em vista que o Planejamento Estratégico pode ocorrer dentro de qualquer instituição pública ou privada, sempre dependendo da vontade, da espontaneidade dos executivos, diretorias e Conselheiros, em querer aplicar ou não uma técnica de gestão mais refinada. Isso, em termos de encontrar sustentabilidade e prosperidade organizacional, seja nos Tribunais de Contas ou em qualquer modelo de empresa que se estruture para se consolidar no mercado e cumprir sua função social.
Faremos uma comparação um tanto quanto esdrúxula, somente para ilustrar nossa narrativa: se tivéssemos que decidir que gasolina colocaríamos no tanque de nosso carro, provavelmente escolheríamos a gasolina aditivada, em vez da gasolina comum, não é mesmo? Isso ocorreria pelo fato de dispormos de um combustível de melhor qualidade, e o motor de nosso carro, certamente, em muito agradeceria.
Assim, podemos refletir sobre que tipo de planejamento gostaríamos de implementar em nossa organização. Se um planejamento apático, sem agregar qualquer valor ou um Planejamento democrático, mais técnico e científico que permita a participação de todos os colaboradores e que resulte em benefícios à organização e à sociedade.
PILARES QUE GUIAM A IDENTIDADE E A CULTURA ORGANIZACIONAL
MISSÃO | VISÃO | VALORES |
Ser uma instituição de referência na fiscalização, orientação e acompanhamento da gestão, cumprindo e fazendo cumprir as determinações expressas nas leis que regem a Administração Pública, assumindo o compromisso de observar as regularidades e irregularidades, exercendo o combate à corrução e à malversação dos recursos públicos.
|
Ser referência nacional no exercício do controle externo, com foco permanente na modernização dos modelos de governança, na atualização do parque tecnológico, desenvolvimento da excelência em gestão de pessoas, e buscar a obtenção de vantagem competitiva capaz de tornar a Corte de Contas referência nacional.
|
Respeitabilidade
Confiança Integridade Governança Transparência Ética Eficiência Empatia Reconhecimento Inovação Sustentabilidade
|
Fonte: Os autores desta matéria
* Prof. Adm. Marcus Vinicius de L. Fleming, auditor, cursos de extensão e pós-graduado em planejamento, Mestre em Administração pela UFMG.
* Profa. Adm. Msc. Angela Maria Bessa Fleming, pós-graduada em Administração Pública, Mestre em Engenharia Civil – UFF/RJ e Presidente do Conselho Regional de Administração do Estado do Acre – CRA-AC.