Por Janine Brasil
GdA – Neste 5 de junho, quando o mundo volta os olhos com atenção especial ao meio ambiente, o Acre reafirma seu compromisso com a proteção da floresta, o combate aos ilícitos ambientais e a valorização de quem vive e cuida dos recursos naturais.
O Dia Mundial do Meio Ambiente é uma data instituída durante a primeira Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, em Estocolmo, em 1972, e tem como foco a reflexão sobre a importância da preservação (ambiente no estado natural), conservação (utilização sustentável dos recursos naturais), e a promoção à mudança de comportamento nas pessoas.
O Acre, além de ter 84% do território coberto por florestas preservadas, que abrigam uma rica variedade de fauna e flora, tem sido protagonista na luta pela manutenção ambiental, além de ser um Estado detentor de políticas públicas robustas e voltadas a estabelecer soluções para mitigar os impactos das mudanças climáticas na região.
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Quem vive e ama a floresta
No coração do estado vivem ribeirinhos, indígenas, extrativistas, seringueiros e produtores rurais, que seguem firmes na missão de proteger a floresta. Conciliando o uso da terra como o plantio para subsistência e das águas, com a utilização dos rios para navegação e alimentação, com o respeito aos ciclos naturais, são os verdadeiros guardadores da mata.

Rosilene de Souza é moradora do Parque Estadual Chandless (PEC), uma das unidades de conservação geridas pela Sema, que tem quase 100% do seu território preservado e conservado. A jovem, casada e mãe de três filhos, é nascida e criada no local e ali pretende permanecer: “Não tenho interesse em sair daqui, meus filhos são criados soltos na natureza, são livres, aqui temos riquezas que na cidade hoje em dia as pessoas não conseguem mais ter”.
O local, que é considerado um dos mais remotos e isolados da região amazônica, é lar da moradora que reforça seu amor pelo parque.
“Temos uma vida saudável, plantamos o que comemos e temos acesso à internet. Estamos longe, sim, mas não isolados. Meus filhos são a quarta geração da nossa família aqui. Não pretendo sair do Chandless. É claro que precisa melhorar, mas aqui temos uma riqueza única”.
Conhecidos como guardiões da floresta, os povos indígenas vivem da terra sem feri-la. Representante dos povos no Estado, a titular da Secretaria Extraordinária dos Povos Indígenas (Sepi), Francisca Arara, aborda o novo momento que o Acre vive, com ainda mais ações voltadas aos povos indígenas.
“Entre as principais ações da Sepi para este ano, está a construção de poços, o que faz parte do nosso plano de ação para o enfrentamento e adaptação dos recursos emergenciais. São nove projetos que a gente apoiou para a implementação dos planos de gestão, para segurança alimentar, artesanato, para publicação do Plano de Gestão Territorial e Ambiental [PGTA], e a gente vai abrir o próximo edital, ainda em 2025, que é a continuidade da implementação dos planos de gestão relacionados à segurança alimentar. Vamos também formalizar a criação do Conselho Estadual para os Povos Indígenas”, relata a secretária.
Francisca acrescenta que o governador Gladson Camelí está com o olhar voltado às populações tradicionais e povos indígenas, trabalhando para melhorar a assistência, principalmente em momentos de eventos extremos, para minimizar os impactos dessas populações.
“Vamos agora, nos dias 12 e 13 de junho, fazer o fórum final de atualização da repartição de benefícios para os povos indígenas, populações tradicionais e governo, e debater a situação da educação escolar indígena, que a gente também quer deixar um marco. Então, nós temos os editais, que são os termos de fomento, para a atualização dos PGTAs, a implementação de recursos hídricos e de segurança alimentar nos territórios, e essa atualização e captação de mais recursos para o Acre, voltados para os povos indígenas, para todos os segmentos, mas, em especial, para os indígenas”, detalha.

O Acre tem chamado atenção do mundo também quando se fala de turismo sustentável, sendo atrativo para quem sonha em conhecer parte da Amazônia. Com uma rica cultura, culinária e histórias ancestrais, o estado tem sido cada vez mais visitado, como território que oferece opções de imersão nos conhecimentos tradicionais, na preservação e valorização histórica de seus povos, em ações propiciadas pela Secretaria de Estado de Turismo e Empreendedorismo (Sete).

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