Por Francisco Dandão(Rio Janeiro) – São duas as definições de “milagre” que constam nos melhores dicionários da língua portuguesa, essa tal flor do lácio tida e havia desde os primórdios como inculta e bela. Primeira: “indicação da participação divina na vida humana”. Segunda: “acontecimento inexplicável pelas leis naturais”.
Pois eu ouvi muita gente falando em milagre quando nessa quinta-feira passada o Palmeiras (do goleiro acreano Weverton, embora ele não esteja jogando, por conta de uma contusão) meteu quatro gols a zero no time equatoriano da LDU, depois de perder por três a zero o jogo da ida, em Quito.
Durante a semana, nas diversas resenhas esportivas, o que mais os comentaristas disseram foi da quase impossibilidade de o Palmeiras superar a LDU. Não vi ninguém dizendo que o time brasileiro estava morto. Mas todos falavam em tom de desânimo quanto às possibilidades palmeirenses.
Devo confessar que eu também não acreditava muito que o Palmeiras pudesse ir à final da Libertadores. Vejam bem: eu não disse que não torcia para isso, eu disse que não acreditava muito. No meu entender, os equatorianos iam botar todo o exército do seu país na frente da sua área.
Entretanto (pode ter sempre uma conjunção adversativa no meio do caminho), depois do fato consumado e do show de bola do clube paulista, eu fiquei aqui ativando os meus diminutos neurônios e lembrei de que milagres no futebol acontecem muito mais do que pode supor qualquer filosofia.
Enquanto desenvolvo esse raciocínio torto de hoje, nesse sentido de acontecimento que as leis da natureza não explicam, eu lembro de pelo menos dois deles: aquela defesa do goleiro inglês Gordon Banks, numa cabeçada do Pelé, na Copa de 1970; e a derrota do Brasil na Copa de 1950.
No que diz respeito ao lance envolvendo Gordon Banks e Pelé (quem não viu, por favor procure no YouTube), quando o rei brasileiro cabeceou com força, no canto, de cima para baixo, ninguém, no calor do momento, entendeu como o goleiro inglês conseguiu defender: só por milagre mesmo!
Em se tratando da derrota do Brasil para o Uruguai, por 2 a 1, na final da Copa de 1950, quando o nosso time era muito melhor e com o segundo gol dos gringos saindo de uma falha grotesca de um goleiro espetacular, como era o brasileiro Barbosa, só pode também ter sido obra do sobrenatural.
Então, meus caros amigos, depois dessa do Palmeiras sobre a LDU, acho que a gente deve estar sempre preparado para qualquer situação. Milagres existem sim. E no futebol só não vê quem não quer. Procurando nos anais da história, a gente vai encontrar um monte. Ou será que não?
Francisco Dandão – cronista e tricolor – Dandão sabe tudo de futebol e um pouco mais…
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