Ampliar o acesso das mulheres ao mercado de trabalho e promover sua autonomia econômica e financeira por meio da assistência técnica, do acesso ao crédito e do apoio ao empreendedorismo, associativismo, cooperativismo e comércio. Essa é uma das prioridades apontadas no II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres.
O curso foi uma parceria entre a SEPMulheres e a Secretaria de Pequenos Negócios (SEPN). Oito mulheres aprenderam a fazer doces, a partir da matéria-prima que elas já produzem, ainda em pequena escala, em suas terras, como banana, castanha, mamão e coco. Elas aprenderam ainda técnicas de aperfeiçoamento.
A necessidade de realização do curso foi percebida pelo do presidente da associação São José, Oswaldo Bezerra. “Existiam mulheres realizando pequenas produções de forma isolada. Eu percebi que se elas se organizassem e produzissem juntas, teriam mais possibilidades de aumentar sua renda”, disse.
A SEPN disponibilizou os materiais necessários para a realização do curso, e a SEPMulheres, as instrutoras. O curso foi realizado na casa de farinha da agricultora Socorro Nogueira, que mora no Ramal Linha Seca há 26 anos. Ela e toda a família sobrevivem da agricultura familiar. Socorro produz farinha, goma, têm plantação de mandioca e cria galinhas, patos e porcos.
“A vontade de aprender é a nossa alegria”, disse Marilda Cordeiro. A agricultora, que mora no Ramal do Pinduca, não deixou de participar das aulas. “Mesmo caminhando duas horas todo dia para ir ao curso, não perdi a vontade de aprender mais. A esperança foi o que me deu força para participar. Quero mudar a minha vida e a vida dos meus filhos. Sinto-me apoiada pelo governo. A gente mora tão longe, e esse curso vai dar um rumo novo na nossa vida. Agora, para ficar melhor de vez, só melhorando o nosso ramal”, comentou a agricultora.
Para as instrutoras da SEPMulheres Francisca Feitosa e Neide Mota, o curso foi uma troca de experiência. “Tudo foi ajustado e adequado à realidade das pessoas que vivem na zona rural”, salientou Neide. “Elas aprenderam, mas nós também aprendemos. Essas mulheres são guerreiras. Não é fácil acordar e andar em média duas horas para estar aqui às 7 da manhã. Isso, sim, é um exemplo”, disse Francisca.
No encerramento, as alunas receberam da coordenadora de Inclusão Socioprodutiva da SEPMulheres, Maria das Dores, os certificados de conclusão do curso. “Não vamos parar por aqui. Haverá o segundo módulo e a SEPN vai realizar a entrega de quatro tachos e uma tenda para que o Grupo Esperança comece sua produção de doces”, disse Maria das Dores.
A Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof) também vai se juntar à SEPMUlheres e à SEPN e enviará um técnico para realizar o preparo de um hectare das terras dessas mulheres, para que elas possam plantar e cultivar a matéria-prima, em maior escala, para a fabricação dos doces. A SEPMulheres vai ainda realizar oficinas sobre saúde da mulher, direitos sexuais e direitos reprodutivos, enfrentamento à violência contra a mulher, bem como economia solidária, autonomia e empoderamento das mulheres.
“Nosso trabalho não termina aqui. Aliás, ele nunca termina. Estamos reafirmando o compromisso do governador Tião Viana em trabalhar para mudar a realidade das famílias que vivem da agricultura familiar de forma digna e de coração”, concluiu a secretária da SEPMulheres Concita Maia.