Ambiente: empresa Triunfo pode perder autorização para exploração de madeira

Ao obstruir o Riozinho do Rôla e o igarapé Vai-Se-Ver, na região do seringal São Bernardo, a empresa laminados Triunfo chamou a atenção para possíveis irregularidades no plano de manejo.

O Instituto de Meio ambiente do Acre (Imac) liberou o manejo madeireiro da região para Mozar Marcondes Filho, que repassou à empresa, a concessão para exploração florestal.

A Triunfo, antes de começar a derrubada das árvores, pediu uma auditoria na área. Na época, foi alertado pelo Imaflora, órgão certificador, que o local não apresentava conformidade para o manejo. A empresa não quis saber: começou a retirar a madeira com o aval do Governo do Estado.

Para facilitar o transporte, melhorou 31 quilômetros de ramal e fez barragens no Riozinho do Rola e igarapé Vai-se-Ver, deixando as comunidades sem poder usar o rio, matou peixes, e prejudicou o abastecimento de água nas propriedades rurais que dependem dos mananciais.

Em nota de esclarecimento, a Imaflora informou que o dano ambiental pode prejudicar a certificação que existe atualmente.

A coordenadora da Comissão da Pastoral da Terra, Maria Darlene Braga, informou que a Triunfo não é fiscalizada como deveria.

O Imac descobriu irregularidades no manejo e multou a empresa em R$ 1 mil, enquanto pequenos produtores no Jordão foram multados em R$ 90 e R$ 50 mil, porque pegaram uma área de 5 hectares e transformaram em pasto.

Segundo Darlene, em 1999, a prefeitura de Rio Branco e o Governo do Estado elaboraram um projeto para transformar o seringal São Bernardo em Reserva Extrativista.

Anos depois, o Governo liberou para o manejo madeireiro. “A decisão trouxe um agravante: a área não podia ser manejada por que ainda existem posseiros na região, e consequentemente os conflitos agrários”, completou.

A Pastoral da Terra fez um levantamento e descobriu que a empresa fez acordos com os posseiros e não cumpriu.

Havia um acordo de repassar R$ 25 mil e doar 75 hectares para cada produtor. Mesmo quem não fez acordo assiste às máquinas invadirem a área e retirar a madeira.

O seringal só poderia ser aberto para o manejo madeireiro depois que toda a área estivesse legalizada.

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