Uma semana depois do temporal, os moradores do bairro Boa Uniao ainda não se recuperaram dos estragos da tempestade que castigou a capital. Nos quintais, colchões aguardam pelo sol para secar. 120 familias estão sendo atendidas, varias delas foram removidas porque perderam tudo e as casas ainda não tem condições de ser habitadas.
Histórias de desespero não faltam. O tapeceiro Eliakin Mendonca também não tem ideia do tamanho do prejuízo, mas sabe que terá que pagar um motor novo para o carro no qual trabalhava e que ficou submerso.
O Boa União faz parte das obras do Pac, mas ainda não foi inaugurado. O problema segundo os moradores foi uma capina da prefeitura que deixou o mato cortado nas proximidades dos bueiros. Com a chuva, o mato não retirado acumulou e entupiu os bueiros e a água inundou as casas (depois do temporal 2 caçambas de capim foram retiradas do local). Os moradores alertaram a Semsur, com fotos para comprovar, na sexta-feira, um dia antes da tempestade, que teriam problemas caso chovesse e o entulho não fosse recolhido. Mesmo porque, dizem, que o serviço de drenagem não foi feito. O bairro necessita de uma galeria para dar vazão a água e esta so deve começar a ser construída após março de 2012 e o temor dos moradores é com a temporada de chuvas que está apenas no início. ‘A nossa realidade e sofrida, e muito diferente dos projetos que são apresentados’, desabafou o presidente da Associacao de Moradores, Raimundo Bonfim.
Caso ao MPF
Os moradores do Boa União estão colhendo assinaturas para uma denúncia que será levada ao Ministerio Publico Federal. Eles querem o MPF acompanhando a execução das obras do Pac e ameaçam quebrar as ruas para dar vazão à água. Segundo eles, cerca de 30 ofícios foram encaminhados ao prefeito antes do temporal, explicando que o bairro alagaria se não houvesse um trabalho preventivo.
O relato do sofrimento que passaram foi feito nesta sexta-feira (02), à deputada federal Perpétua Almeida, que visitou o local para verificar o que pode ser feito para auxiliar a comunidade: ‘Vou procurar o prefeito Angelim e o governador para que possamos encontrar uma solução o mais rápido possível, cobrar a construção da galeria e um jeito de minimizar o sofrimento dessas pessoas urgentemente’.