Acre busca know-how em PE para montar o seu próprio pólo de confecções

O Acre deve ganhar seu primeiro Polo de Confecções. A ideia é reunir no mesmo espaço várias empresas do ramo, garantindo mais facilidade para a comercialização dos produtos e a modernidade do setor, possibilitando ainda a geração de emprego e renda.

A possibilidade da criação do Polo de Confecções animou os empresários do setor de confecções que estão otimistas com a proposta. Para concretizar o projeto, o Governo do Estado, através das secretarias de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio, Serviços, Ciência e Tecnologia (Sedict) e de Pequeno Negócios, decidiu conhecer uma experiência que revolucionou a economia de Pernambuco.

Uma comitiva formada por seis empresários e liderada pelos secretários Edvaldo Magalhães e José Reis, foi conferir de perto a experiência que que atualmente beneficia milhões de famílias e tornou Pernambuco o segundo maior Polo de Confecções do Brasil.

Durante cinco dias eles conheceram indústrias, fábricas, conversaram com empresários e conheceram a parceria entre iniciativa privada e órgãos governamentais que tornou o Estado referência.

“Tudo isso começou quando o secretário Edvaldo Magalhães nos convidou para uma reunião. Naquele dia apresentamos a ele nossos problemas e ele se comprometeu em ajudar. Agora estamos animados, pois estamos conhecendo essa bela experiência com a esperança de, no futuro, termos um Polo também”, disse Raimunda Holanda, presidente do Sindicato da Indústrias de Confecções do Acre.

Para a empresária Maria Lucélia Alves, o primeiro passo para a instalação do Polo já foi dado. Para ela, a união de esforços e a boa vontade do Governo do Estado e dos empresários, são fatores importantes para garantir o aquecimento do setor.

Ela reclama que falta mão-de-obra qualificada, matéria-prima e apoio para melhorar a qualidade dos produtos. Na visita, além de conhecer novas experiências, ela conseguiu fazer contato com indústrias, visando melhorar o acesso ao insumo.

“Nós precisamos de muito apoio e essa iniciativa do secretário Edvaldo Magalhães nos anima. Temos muitas dificuldades para conseguir matéria-prima. Nossa esperança é que esse Polo nos traga mais tranquilidade para podemos trabalhar e gerar mais emprego”, disse.

Acompanhados do gestor de projetos de confecções do Sebrae/PE, Mário César Freitas, os empresários e representantes do governo, visitaram empreendimentos em Recife, Santa Cruz de Capibaribe, Caruaru e Turitama.

Pernambucanos acreditam no projeto acreano

Caruaru é uma cidade com mais de 300 mil habitantes que se tornou referência no ramo das confecções, que atrai semanalmente mais de 30 mil pessoas de todas as regiões do país. Esse número chega a 60 mil com a proximidade das festas de final de ano.

O crescimento de Caruaru, localizada acerca de 133 quilômetros de Recife, começou com a ousadia e a coragem de pequenos empreendedores. A comercialização dos produtos, que antes eram realizadas em pequenas barracas, agora também é feita num grande centro onde estão centenas de lojas.

“Hoje nós temos uma parceria muito grande com o Sebrae e o Senai. Investimos na qualificação da mão-de-obra, o que melhorou a produção e deu um novo ânimo para o setor. Acredito que o Acre está no caminho certo para alcançar bons resultados. Estamos à disposição para firmar as parcerias necessárias”, disse o secretário de Desenvolvimento Econômico de Caruaru, Francisco Vasconcelos.

Outro município que se tornou referência foi Toritama. A cidade concentra as lavanderias, onde o jeans recebe sua coloração e outros detalhes que garantem a beleza da peça. Os milhares de habitantes sobrevivem basicamente desse trabalho.

As peças são enviadas para praticamente todo país. A cidade conta com uma moderna unidade do Senai, onde são oferecidos cursos de designer em moda, costura industrial, modelagem, entre outros.

“Aqui o povo praticamente o jeans faz parte da vida das pessoas. Por onde você passa tem alguém trabalhando com uma peça de jeans. Mas o nosso diferencial são as lavanderias onde fabricamos milhares de peças de excelente qualidade. Para se ter uma lavanderia é preciso muita criatividade e ousadia. Mas é um negócio que dá muito certo”, afirmou

Em Santa Cruz do Capibaribe, os acreanos ficaram encantados com a modernidade dos empreendimentos e com o Moda Center. O espaço de mais de 120 mil metros quadrados, recebe semanalmente mais de 30 mil pessoas por semana. Lá são oferecidas milhares de produtos.

Distante mais de 150 quilômetros de Recife, Santa Cruz recebe gente de praticamente todos os estados brasileiros. O Moda Center é o segundo maior Polo de Confecções do Brasil, perdendo apenas para São Paulo e conta com uma moderna estrutura, oferecendo, inclusive, hotéis, restaurante e um estacionamento para mais de quatro mil carros.

A construção do Moda Center, que foi uma iniciativa dos empreendedores, foi fundamental para o surgimento e crescimento das indústrias de confecções em Santa Cruz. Hoje são milhares, dividas entre grandes e pequenas, que abastecem praticamente todo país.

“Essa visita dos acreanos nos anima muito. Queremos realizar bons negócios e, quem sabe, iniciar uma grande parceria. Esse nosso modelo do Moda Center deu muito certo. Aqui observamos que temos representantes do governo acompanhando a comitiva. Nós iniciamos sem apoio do Estado. Creio que o Acre está no caminho certo”, disse a empresária Fátima Nascimento, diretora do empreendimento.

Edvaldo e Reis confiantes no projeto do Polo de Confecções

Atentos a cada detalhe apresentado pelos gestores e empresários pernambucanos, os secretários Edvaldo Magalhães e José Reis ficaram animados e confiantes. Para eles, a construção de um Polo de Confecções será um passo importante para aquecer o setor.

“Nós já estamos fazendo um trabalho no Acre, visando o fortalecimento e a organização do setor. O que conhecemos aqui em Pernambuco nos anima e nos mostra que estamos no caminho certo. Com certeza esse projeto será colocado em prática, garantido a geração de emprego e renda em nosso Estado”, assegurou Reis.

Para Edvaldo Magalhães, a experiência de conhecer os Polos localizados em Pernambuco, que transformaram a economia das cidades, é um passo importante para colocar em prática o projeto do Polo de Confecções.

Ele acredita que a união entre o Governo do Estado, a iniciativa privada e órgãos como o Sebrae e o Senai, será fundamental para o sucesso do projeto. “Junto com nossos empresários conhecemos essa experiência que revolucionou a economia das cidades. É um modelo que deu certo. Agora temos que pensar no nosso arranjo. Construir um espaço para abrigar as indústrias, melhorar o acesso à matéria-prima e garantir mão-de-obra qualificada, é o nosso desafio”, afirmou.

A representante do Senai/AC, Soraia Mesquita, disse que a instituição será parceira do governo e dos empresários no projeto, oferecendo cursos de formação para garantir a qualificação da mão-de-obra.

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