Recentemente, um caso chamou a atenção de toda a sociedade. Uma bibliotecária italiana de 57 anos, e um aposentado de 70, casados há mais de duas décadas, tiveram um bebê com óvulos doados após anos tentando uma gravidez. Em setembro, o casal perdeu a guarda da filha porque a corte de Turim (Itália) entendeu que eles são idosos demais e não têm condições de criá-la. Eles entraram com recurso para reverter à decisão judicial, mas, por enquanto, só podem ver a criança quinzenalmente.
Dr. Vamberto Maia, especialista em reprodução humana do Grupo Huntington, um dos principais centros de medicina reprodutiva do Brasil, afirma que as dificuldades de uma gravidez tardia são sempre discutidos antes do tratamento. “Conversamos muito com o casal. Falamos dos benefícios e dos procedimentos que ambos serão submetidos”. A partir dos 40 anos, muitas mulheres recorrem ao processo de doação de óvulos, para aumentar as chances de gravidez. Segundo o especialista, a possibilidade de engravidar é de até 50%.
Dados recentes do IBGE conferem que o número de mulheres que engravidaram com menos de 30 anos está cada vez menor. Em 2000, 19% dos nascimentos ocorriam na faixa etária de 15 a 19 anos e 29% na faixa etária de 20 a 24 anos. Já no Censo 2010, as taxas caíram, respectivamente, para 18% e 27%. Mas será que existe uma idade limite para a paternidade? Pessoas com mais de 40 anos podem, realmente, ser bons pais?
Ao contrário do que a corte italiana decidiu, a paternidade tardia tem suas vantagens. Muitas vezes, esse é o momento em que o homem vai se dedicar mais ao filho. “Em uma fase mais madura, com a estabilidade financeira e emocional, é possível exercer muito bem o papel de pai. Por outro lado, depois dos 50 anos, ele tem de ter consciência de que ter um filho em idade mais avançada significa grandes mudanças em uma vida que provavelmente já está estabilizada”, afirma Vamberto.
Outro ponto de atenção é a permissividade. Na tentativa de compensar o tempo de convivência com o filho tardio, o homem maduro corre o risco de relaxar na educação da criança. Além disso, o envelhecimento dos pais precisa estar presente na educação dessas crianças. “O avanço da idade exige amparo, e o filho vai assumir a responsabilidade pela saúde dos pais muito mais jovem do que o natural. Isso vai exigir estrutura e maturidade precoce”, completa o especialista.
Sobre o Grupo Huntington
Criada em 1995, a Huntington Medicina Reprodutiva é um dos maiores grupos do Brasil, com quatro unidades instaladas em São Paulo. Sob a direção de Paulo Serafini e Eduardo Motta, renomados especialistas na área, o grupo é referência nacional e internacional em tratamentos para fertilidade. A Huntington possui corpo médico e técnico-científico altamente capacitado, que se destaca na prática clínica, cirúrgica e tecnológica. Os principais tratamentos utilizados atualmente são: Inseminação Artificial, Fertilização in Vitro, além de técnicas de reversão de vasectomia e de laqueadura, entre outras.