Tecnicamente, o empresário Orleir Cameli, proprietário da construtora Colorado, esclareceu nesta quinta-feira,12, as supostas irregularidades apontadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) nas obras de pavimentação da BR-317, que interliga os município de Boca do Acre,no Amazonas, ao Acre,e exploradas de forma injusta e leviana pelo senador Alfredo Nascimento (PR) na tribuna do Senado Federal na última quarta-feira,11, tendo repercussão na imprensa amazonense e acreana, e disse que haverá um desfecho judicial do caso já que as acusações são graves e o prejuízo acarretado por sua empresa já chega a cerca de R$ 18 milhões.
Orleir acusou ex-ministro de mentir publicamente haja vista que sua empresa jamais se negou a concluir as obras de pavimentação, e disse que a paralisação dos serviços deve-se a burocracia e as ações do Ministério Público Federal (MPF) e Fundação Nacional do Índio (funai) contra o Governo do Amazonas, além das exigências de revisão do convênio junto ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Trânsito (Dnit).
De acordo com Cameli, a obra em questão já nasceu polêmica pelo fato de ser questionada pelo TCU antes mesmo de iniciar sua execução através de uma ordem de serviço datada de 16 de março de 2009. O contrato, licitado em dezembro de 2008, por R$ 72 milhões, cobrava à época R$ 720.000,00 no quilômetro de asfalto. Após ser aditivado, o valor do contrato subiu para R$ 76 milhões, equivalendo a R$ 760 mil o quilômetro.
Depois de acatar todas as determinações do Tribunal de Contas, juntamente com a Secretaria de Estado de Infraestrutura do Estado do Amazonas (Seinf), o preço do quilômetro do asfalto caiu para R$ 650 mil, sendo que todas as alterações contratuais foram de conhecimento e total anuência do então ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento.
Relembrando que no Acre já foram construídos centenas de quilômetros de asfato a R$ Um milhão e cinquenta mil reais, e que ele mesmo chegou a pagar R$ 350.000,00 no quilômetro de asfalto quando foi governador, o empresário refuta as acusações de desvios de R$ 25 milhões envolvendo sua empresa, os questionamentos sobre obra inacabada, má-fé, má qualidade do asfalto, falta de licenciamento ambiental, superfaturamento e mostra várias pastas contendo Acórdãos assinados pelo ministro-relator André Luís de Carvalho, aprovados por unanimidade por todos os ministros do TCU, atestando que as irregularidades levantadas foram sanadas e não comprometem oa execução da obra.
“Assim que foi licitada, essa obra passou por uma auditoria do TCU, que argumentava superfaturamento nas planilhas de produtos e preços. Nós apresentamos defesa e foi provado que nossos valores tinham como referência o próprio Dnit através de uma comparação com a Sistema de Custo Rodoviário (SICRO-2/AM). Nesse primeiro momento, foi sugerido que a Colorado reduzisse o valor do seu contrato em R$ 15 milhões. Para não paralisar a obra, acatamos as exigências do TCU e já contabilizamos um prejuízo de R$ 8 milhõe”, diz Orleir.