Seu Raimundo Nonato adquiriu hanseníase ainda criança. Nas mãos, ele carrega até hoje as marcas da doença que até a década de 70 não tinha cura e o isolamento compulsório era a orientação do governo para evitar o contágio. Aos 8 anos, ele saiu do seringal aonde morava com os pais, em Cruzeiro do Sul, e seguiu sozinho em um batelão rio abaixo. Foi em uma colônia com outros portadores de hanseníase que Raimundo Nonato encontrou acolhida e foi na força do Movimento de Apoio às pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) que ele pôde recuperar parte do que lhe foi negado.
“É uma luta mais do que justa. Faço questão de afirmar que podem contar comigo porque esse projeto precisa ser aprovado”, disse o senador lembrando que a causa dos hansenianos é defendida por ele há muitos anos e que sempre contou com o apoio do ex-presidente Lula. Tudo o que for feito pelas famílias vítimas dessa história de preconceito, ainda é pouco”, declarou Jorge que também fez um resgate da luta de Bacurau, fundador do Morhan no Acre e símbolo da luta dos hansenianos no Brasil.
O coordenador estadual do Morhan, Élson Dias, resgatou parte dessa triste história de isolamento que segregou famílias durante tantas décadas no Brasil. “Os filhos eram tirados do convívio e levados para abrigos como o antigo Preventório, aonde hoje funciona o Educandário Santa Margarida. Alguns nunca chegaram a conhecer os pais biológicos, enquanto outros só foram conhecer muito mais tarde”, lembrou.