Briga de família ou acerto de contas por desentendimentos do passado. Não descartando nenhuma das hipóteses, a Polícia Civil voltou a ter em sua mira o ex-deputado estadual Roberto Barros Filho. A denúncia sobre um suposto atentado a duas autoridades do Estado – o secretário de Polícia Civil Emylson Farias e a desembargadora Denise Bonfim – chegou ao conhecimento das autoridades policiais pelo próprio irmão de Roberto Filho, Gilson Barros, que foi à delegacia denunciá-lo por planejar a morte das duas autoridades.
“Vamos continuar o inquérito com intuito de esclarecer se havia mesmo essas ameaças por parte de Roberto Filho, que segundo o irmão estava arquitetando a morte de duas autoridades importantes do Estado. O importante é que a Polícia Civil, o Ministério Público e a Justiça não vão aceitar que qualquer pessoa, de qualquer cargo, tente ameaçar ou cometer ato ilegal, principalmente contra a vida de autoridades que buscam proteger a sociedade. Tivemos alguns depoimentos, inclusive de uma testemunha que falou que fora procurada por Roberto Barros com a proposta de executar a desembargadora e o secretário de Polícia. A recompensa pelos homicídios seria uma casa em Manaus [AM]”, destacou o delegado da Decco, Roberto Alencar.
De acordo com a polícia, a revolta de Roberto Filho com Denise Bonfim é por que a magistrada esteve à frente do julgamento que o condenou a cinco anos e dois meses de prisão, por ter ateado fogo na própria casa na tentativa de receber um seguro no valor de R$ 1,5 milhão.
Roberto Filho afirmou que as armas encontradas em sua chácara são do irmão Gilson Barros, que é agente da polícia, e que não teria nada contra autoridades, que segundo denúncia estariam marcadas para morrer. “Houve um desentendimento de família, e meu irmão veio me denunciar. Esse negócio de dizer que eu planejava matar autoridades virou moda. Quando eu fui preso a primeira vez um bandido disse que eu planejava matar um deputado e queria matar um juiz. Então vendo isso e usando artimanha imoral – meu irmão me acusou de ameaçar pessoas que nunca me fizeram mal: a desembargadora e o delegado. Agora ele, sim, é um cara que não é confiável”, diz Roberto Filho, referindo-se ao irmão que o acusa, Gilson Barros.
De acordo com a polícia, enquanto segue as investigações do suporto atentando, Roberto Filho pode responder apenas por crime de posse ilegal de arma, que prevê pena de um a três anos de prisão. Como se trata de duas armas de fogo, a pena pode chegar até seis anos de detenção. Como está gozando benefício da liberdade condicional, Roberto Barros Filho pode voltar para a prisão a qualquer momento por posse de armas.
No começo da noite a justiça decretou a prisão do ex-deputado Roberto Filho. A juíza que assinou a ordem de prisão é Maha Kouzi Manasfi, da Vara de Execuções Penais.