Com o apoio do governo federal e da BR Distribuidora, o Acre foi autorizado a comprar combustível no Peru. Foi com esta informação, aliada à notícia de baixa de cinco centímetros no nível no Rio Madeira, na região da Vila Abunã, que o governador Tião Viana iniciou uma entrevista na TV 5 na manhã desta quinta-feira, 27.
“Estamos vivendo o maior desafio da história do Acre depois da Revolução Acreana. Temos atuado em várias frentes, num esforço, para garantir o abastecimento da capital”, disse o governador Tião Viana.
De terça para quarta-feira, a capital foi abastecida com uma quantidade de combustível acima da média diária de consumo. Os postos receberam 450 mil litros de combustível, enquanto o normal é de 330 mil litros por dia.
Um atraso provocado pela logística e pela dificuldade de navegação causou um desabastecimento temporário nos postos da capital. As pessoas correram para os postos e enfrentaram longas filas. “Informações compartilhadas de forma irresponsável causaram uma situação de alarme na população. Tem pessoas abastecendo corotes, esvaziando o tanque para armazenar o combustível e abastecer novamente. Não há essa necessidade”, disse o governador Tião Viana.
Nesta quinta-feira mais 350 mil litros de combustível serão entregues em Rio Branco, e milhões de litros estão em Cruzeiro do Sul. A previsão é de que no início da noite de sexta-feira, 28, uma balsa com mais 600 mil litros chegue a Boca do Acre.
O Acre vive hoje uma crise ocasionada pela maior tragédia natural da história da Amazônia Ocidental. Outra situação grave é o abastecimento de produtos. A BR-364, fechada há uma semana, deve ser reaberta hoje. “Colocamos treze máquinas para a construção de dois portos para a atracagem de balsas e para garantir a travessia nas áreas bloqueadas. Estamos trabalhando de forma incansável”, disse.
O governador falou ainda que mais uma aeronave comercial, com capacidade de transporte de 40 a 80 toneladas por dia, podendo chegar a 100 toneladas, iniciará hoje voos para o Acre, com mercadorias, além dos aviões da Força Aérea Brasileira, que transportam alimentos de primeira necessidade e perecíveis.
Tião Viana alertou que a situação de crise deve se estender por mais trinta dias, além de um período de dificuldade posterior, com a baixa do rio, uma vez que a BR-364, inundada há mais de um mês, tem sofrido danos em sua estrutura.