Monges budistas visitam visitam Biblioteca da Floresta

Um encontro de combatentes da mesma luta foi o que se tornou a visita, de dois monges budistas vindos da Ásia (China e Índia) e dois discípulos europeus (Inglaterra e França), feita à Biblioteca da Floresta/ Fundação Elias Mansour (FEM) na terça-feira, 17.

Na chegada, foram acolhidos por lideranças religiosas do Instituto Ecumênico de Fé e Política (IEFP) do estado, que acompanharam a visita aceitando o convite feito pelo professor Marcos Afonso Pontes, coordenador da biblioteca.

Os passos dados no lugar que é espaço de memória da resistência vivida pelo povo da floresta neste extremo ocidental da Amazônia brasileira reservaram surpresas e identificação.

Ao conhecerem sobre os empates [os motivos e como ocorriam] disseram que também eles, budistas, lá na Ásia se manifestavam em defesa da natureza assumindo a mesma postura: sem armas, de braços dados como barreiras humanas.

A caminhada pela Biblioteca emocionou os membros do instituto: Massimo Lombardi (padre), Cid Mauro Araújo (pastor), Rosália Maia (representante do budismo no Acre), Antônio Carlos Pinheiro (católico), Isabela Costa (terapeuta), Ivanilde Lopes (católica), Manoel Pacífico (secretário geral do IEFP). Todos se reconheceram nos ambientes, nas imagens, nos utensílios e nas histórias contadas.

Manoel Pacífico recordou o bispo católico já falecido Dom Hélder Câmara que defendia o diálogo inter-religioso e esteve em Tóquio (Japão) para um encontro de líderes religiosos defendendo a bandeira da Paz.

“Este foi um intercâmbio entre culturas”, disse padre Massimo. Mas os monges deixaram a certeza de que não foi o último grupo a vir, outros se preparam para também conhecer o estado.

Na visita houve também encontro de monges budistas com o Instituto de Fé e Política do Acre (Foto Eduardo Ferreira/ Biblioteca da Floresta/FEM)

A vinda ao Acre não foi um acaso. Durante o rito de preparação para se tornar pajé, Putani Yawanawá teve uma miração [visão que se tem sob o efeito do chá da Ayauaska], de que estes monges budistas iriam à aldeia onde habita.

Em viagem a Paris (França) a pajé os encontrou, contou o que viu e desde então, ficou agendada a vinda. Além do povo Yawa, monges e discípulos devem conhecer também os Ashaninkas.

 

[divulgação]

 

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