J R Braña B. –
Só a irresponsabilidade política faz com que alguém no Brasil possa sugerir plebiscito para reduzir a Maioridade Penal, decidir sobre Pena de Morte e outros temas afins.
Com a sociedade enraivecida, revoltada, não sem razão – com a violência urbana no Brasil (que não é de hoje) qualquer um desses temas seria facilmente aprovado pela maioria.
Até porque a imprensa, reaça como é no Brasil, já envenenou a consciência de grande parte da população, que não consegue enxergar o que está por trás de propostas como essas.
E tudo que a mídia, o jn, o PiG fala ela assina embaixo.
O deputado, ex-prefeito, ex-governador, ex-senador, Flaviano Melo, lava as mãos quando vem com a ideia (nada original) de que a população decida sobre a redução da Maioridade Penal.
Flaviano poderia pôr no pacote também a sua aposentadoria de ex-governador, ex-senador para ver o que povo acha disso.
Experimente fazer um plebiscito também perguntando se a sociedade gostaria de fechar o Congresso e acabar com as mamatas dos deputados federais e senadores, que recebem rios e mares de dinheiro todo mês.
A esmagadora maioria apoiaria sem pestanejar.
No entanto, isso seria um desastre civilizatório para o Brasil, que precisa fortalecer e aprofundar a sua Democracia.
O parlamento, deputado Flaviano, existe para ajudar o país a encontrar o seu caminho dentro de um equilíbrio sempre calçado na justiça, nos direitos humanos e na Democracia.
Para isso existe Parlamento.
Para debater e dar rumo a uma nação em temas tão importantes como esse da redução da Maioridade Penal.
A sociedade não pode ser levada a tomar decisões motivadas por sentimento de vingança e ódio por conta da violência que todos são vítimas no Brasil há muito tempo.
Não proponha mais esse tipo de armadilha para a sociedade, deputado Flaviano.
Nem de longe esse tema da redução da Maioridade Penal se parece em importância com o debate que ocorreu no Acre sobre a mudança no horário (que o senhor ajudou atrasar o estado em relação ao Brasil)
Por isso, diga claramente qual é a sua posição (que, aliás, todos nós já sabemos, pois votou estuprando a Constituição na madrugada de quarta ao aprovar a redução da Maioridade Penal) e venha para o debate público.
É para isso também que serve um deputado, um parlamentar.
Transferir responsabilidade do Parlamento para a sociedade não é correto.
Nem politicamente sensato e inteligente.