Fernando Brito
tijolaço
Não sei se o pecuarista Jé Carlos Bumlai fez ou não falcatruas, é obvio.
Mas qualquer um vê que a sua prisão segue um roteiro político claro.
O caminho até Lula.
É a obsessão do Dr. Sérgio Moro de ser a versão brasileira do “Mano Puliti”, o Mãos Limpas italiano, que aliás pariu o honestíssimo Sílvio Berlusconi.
Ontem, como um Diógenes togado, se disse um solitário na luta contra a corrupção, enquanto confraternizava com as vestais da Veja e da Época, numa reunião da Associação de Revistas.
As “fases” da Operação se sucedem e se repetem o “prende até ele confessar”.
Já são 48 “delatores premiados”, que pegam um “caquinho” de pena e a vida segue…
Como escreveu semana passada o Nassif, “o delator sabe o que os procuradores querem: Lula. E esse desejo expresso, público, notório dos procuradores é a condição para a aceitação da delação do delator. Então, se é isso que eles querem….”
Mas the show must go on, e vem a “12132ª” fase da operação, agora para prender um sujeito que se arvora em “amigo do Lula”.
E, de novo, o Nassif cantou a pedra e esgotou o que se tem a dizer:
A Lava Jato esgotou seu potencial midiático. Não ganha mais as manchetes principais, e quando ganha é por mera solidariedade partidária dos jornais. Mas não desperta mais o interesse do leitor porque tornou-se uma repetição menor dos procedimentos inciais: anuncia-se uma nova etapa, prende-se a arraia miúda (porque a graúda já foi presa), vaza-se uma delação do delator que ouviu dizer que fulano ouviu dizer que beltrano ouviu dizer que Lula sabia de tudo.
E vamos lá, no roteiro do que o Nassif chama de “o Santo Graal”: a prisão de Lula, que virou o impeachment que não conseguiram fazer.
Triste país.