As crianças do principado de Sena

J R Braña B.

 

A foto não é minha.

É da prefeitura.

No entanto, não tem como não voltar no tempo.

À década de 70, quando tudo parecia sem muito problemas e a vida era só ir para a escola, jogar bola em campos batidos de terra e pensar no que seria a vida no futuro ainda sem internet e até mesmo tv e telefone.

Eu me vejo nesses meninos que, iguais a eu quando era desse tamanho, não se preocupam com nada, a não ser em aproveitar a liberdade de ser criança.

O evento da foto é um programa sobre a necessidade de não deixar nenhuma criança fora da escola.

E é o que de melhor o poder público e as famílias podem e devem fazer por seus filhos e suas crianças.

Que hoje são até muito mais bonitos e antenados com as coisas do mundo atual.

Porém, o principado de Sena Madureira ainda é pobre, muito pobre.

Carente de tudo.

Do básico do básico.

E é nesse ambiente de subdesenvolvimento ainda insistente que essas crianças estão crescendo.

Num ambiente não muito diferente do que os da minha geração cresceu.

Com uma diferença fundamental: o Brasil melhorou na última década e a luta agora é lutar contra um governo ilegítimo que já sinaliza acabar com várias conquistas sociais.

Essas crianças da foto nasceram no finalzinho do governo Lula, com o Brasil da esperança e da inclusão de milhões.

Que isso não seja interrompido.

Porém, só a luta social intensa e constante pode garantir o futuro dessas crianças do principado.

E as do Brasil.

Crianças em escola de Sena Madureira
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