É o que diz a jornalista Natuza Nery, na Folha:
[Um general da Lava Jato diz, menos de uma hora após a prisão de Eduardo Cunha : “Os estoques de Rivotril em Brasília vão desaparecer das gôndolas das farmácias”.
A referência ao ansiolítico e a ironia com os poderosos tem razão de ser.
Tão logo a prisão preventiva do ex-presidente da Câmara foi anunciada, Brasília entrou em verdadeira ebulição.
Ministros, auxiliares do governo e, em especial, deputados federais ficaram atônitos.
O temor da delação de um dos mais influentes parlamentares da história do Congresso tomou conta de muita gente.
Cunha é um arquivo privilegiado sobre os usos e costumes da política brasileira. Por isso a hipótese de uma colaboração premiada provoca tanto calafrio.
Apesar de tamanho nervosismo, sabe-se que uma ala da Lava Jato nunca caiu de amores pela ideia de sua delação.
Alguns procuradores sempre disseram nos bastidores, recorrendo a um dito popular, que um acordo assim equivaleria a fazer um “pacto com o diabo”.]
Traduzindo: se for sério mesmo essa prisão do Cunha, adeus governo golpista.
J R Braña B.