Uma semana de vida irreal em Paris

Enfim, comemos um croissan bem feito ao custo de 1,10 euros
Todo bairro de Paris tem um número…esse é 18
Em Versalles um colchão é abandonado na rua
Garagem dos trens bala
Rio Sena: todos querem ter uma casa flutuante
Carro elétrico carregando
Bicicleta em Paris é uma instituição respeitada
Nova Ordem mundial pela ordem: Put, Trump….Europa… nas bancas de jornais
Jornais….Le Monde sobrevive
Riqueza: lembra que FHC tem uma casa em Paris…é aqui nesta rua, uma das 12 que saem do Arco do Triunfo
Pobreza em Paris…pai e filho pedindo esmolas a 100 metros da arco do Triunfo

 

Começo dizendo que a cidade de Paris, que tive o privilégio de visitar pela terceira vez – é um mundo irreal para os nativos como nós que vivemos no Acre, da Amazônia.

Ainda estou por aqui… mas já quase voltando.

Daqui a oito horas pego o avião de volta.

É uma cidade milenar.

Do Rei Henrique IV, o bondoso, como ficou para a história.

Foi esse Rei que decidiu que na França haveria Liberdade Religiosa.

Era protestante e depois aderiu ao catolicismo.

Mais à Frente, o maluco do Luiz XIV, neto dele, anulou tudo e a França voltou a não ter liberdade de culto.

Quem anda em Paris e conhece um pouco da sua história nota que nada foi feito por acaso  na velha ilha de Paris.

Tem aqui as marcas da ousadia de homens e mulheres do seu tempo.

Joana D’Arc, que lutou contra os protestantes ingleses – tem o seu lugar garantido entre os heróis da França.

Não era para menos.

Paris é para privilegiados.

O metro quadrado custa 35 mil Euros.

Nos arredores esse mesmo m2 cai pela metade.

Uma casa num barco ancorado no Rio Sena pode custar 300 mil Euros ou muito mais.

Tem esgoto encanado, energia..tudo que uma casa normal.

O sonho de todo parisiense é morar numa casa flutuante.

O salário mínimo do francês é de 1,8 mil Euros, o máximo.

Ou seja, na cotação para turismo do Real, são R$ 6,6 mil.

E ninguém vive em Paris com um salário miserável desses.

No máximo, trabalha.

O aluguel de uma quitinete não sai por menos de 800 Euros (R$ 2,9 mil).

Dizem que Paris tem 12 milhões de habitantes.

E um transporte público quase perfeito.

Especialmente o metrô.

É fato…é muito simples andar pelo metrô de Paris.

Existe injustiça social, claro, mas comparando com a nossa, as lutas lá de trás fizeram da França uma nação mais equilibrada.

Não há na França, no setor público, quem ganhe 100 vezes mais que um professor como acontece no Brasil.

As castas que dominam a máquina daqui são mais comedidas que a daí.

Para quem vive no Acre e nunca teve uma oportunidade de sair fica difícil entender como funciona uma cidade como Paris.

Não tem segunda, terça, domingo… qualquer  dia, faça chuva, sol ou neve é uma festa…para usar o velho clichê.

Os serviços é que sustentam a cidade, que recebe, sei lá eu, mais de 100 milhões de visita ao ano (Brasil inteiro não recebe 10 milhões ao ano).

Ninguém consegue se hospedar num hotel de Paris que fique no centro.

Os mortais comuns, claro.

As operadoras de turismo não conseguem permissão para estacionar seus ônibus por lá.

Um simples almoço de um casal (é o meu caso) não sai por menos de 30 Euros (mais ou menos R$ 100).

Não se assuste.

Existem alternativas mais em conta.

Especialmente se você gosta de sandubas e outros do tipo.

Porém, ninguém aguenta sanduba por muito tempo.

Eu sempre penso no principado de Sena quando me deparo com uma realidade tão diferente.

No principado (que tem um pouco mais de um século) não tem o mínimo do mínimo para a maioria.

Não tem esgoto, ruas decentes, calçadas de pedestre, coleta de lixo digna, cultura, economia….a lista é grande.

Em Paris, a pobreza reinou forte há 200, 300, 400 anos…

A pobreza de Paris daquela época é semelhante à pobreza do principado de Sena de hoje.

Na França, a história mostra ousadia dos seus protagonistas ao longo do tempo.

Em Sena, ousadia é um substantivo desconhecido e proibido.

Mas um dia pode começar a mudar.

Toda despedida é difícil…

Quase hora de ir embora com a Deyse…

Afinal de contas nosso mundo real não é aqui.

Au revoir!

J R Braña B.

PS: Agora…surpresa agradável mesmo foi em Amsterdam (Hollanda)…mas esse texto fica para outra hora.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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