Denúncia na Europa: JBS comercializa gado ilegal procedente da Amazônia

jbscarne

público

Zona desflorestada na Amazônia, no estado de Rondónia REUTERS/BRUNO KELLY

Maior exportador de carne do mundo comercializa gado ilegal, diz Amnistia Internacional

 

João Ruela Ribeiro

A multinacional brasileira JBS adquire gado de criadores localizados em áreas desflorestadas da Amazónia, em violação de convenções internacionais.

Sem o saberem, milhões de consumidores em todo o mundo podem estar a comprar carne cuja produção se deu em regiões protegidas na Amazónia. Uma investigação revelada pela Amnistia Internacional mostra que a maior produtora de carne do mundo comercializa cabeças de gado criadas em zonas desflorestadas ilegalmente.

O relatório incide sobre a cadeia de produção de gado bovino que termina nos contentores da JBS, uma multinacional brasileira que é a maior produtora de carne no mundo e que tem na Ásia e na União Europeia alguns dos principais destinos de exportação. O que a investigação nota é que milhares de cabeças de gado que foram vendidas à JBS passaram temporadas a pastar em terras ocupadas e desflorestadas ilegalmente na Amazónia.

O esquema é conhecido como “lavagem de gado” e tem como objectivo evitar um rastreamento rigoroso da origem do gado quando este foi criado de forma ilegal. Um produtor cria gado num terreno ilegal e, perto da fase final que antecede a ida para o matadouro, transfere-o para uma quinta em território regular, a partir de onde poderá vendê-la a um grande distribuidor como a JBS.

A Amnistia Internacional, em conjunto com a organização Repórter Brasil, analisou documentos oficiais de controlo da saúde animal e verificou que a JBS comprou gado a uma quinta na Reserva Extractivista do Rio Ouro Preto duas vezes no ano passado. Em diversas ocasiões, a empresa adquiriu junto de dois produtores que trabalham com quintas ilegais situadas em áreas protegidas no estado de Rondónia.

(…)

 

Sair da versão mobile