1961-2021: Sérgio Taboada: Frase e música…(eu o amava)

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1961-2021 – Sérgio Taboada (compositor e um ser que lutou por justiça no mundo em que viveu)

Sérgio Taboada, criança (foto cedida pela família)

É difícil acreditar que um homem amava tanto um amigo, um irmão…

Eu amava o Taboada…

Como amo os meus filhos e minha mãe…

Taboada me dizia nas nossas centenas de conversas nos últimos anos, conversas diária: ‘eu te amo, Braña…eu amo até quem não gosta de mim…’

Chegou a escrever: ‘Eu amo o Lula e amo o Bolsonaro’

Dizia ainda: ‘eu perdoei todos que me fizeram mal…todos que tentaram me banir….’

Porque só um ser humano iluminado é capaz de perdoar até os seus zoilos, os seus detratores…

Na música abaixo, ele diz:

//Sou menino…um peregrino do amor…um anjo que se rebelou….
//Fui banido, sou um réu….

Realmente ele foi banido do Acre…

Decidiu, numa madrugada de insônia durante férias em São Paulo, que não voltaria mais a Rio Branco.

-Gika, Gika (que estava dormindo)…não vamos mais voltar…amanhã a gente conversa com os meninos.

E assim foi.

Taboada sofreu a maior injustiça da política nesses cem anos de Acre.

Injustiças…, dessas que não se pode apontar o dedo para um culpado, até porque não existe…

Porque são injustiças cometidas coletivamente.

E, invariavelmente, sem esse objetivo específico.

Não é difícil ouvir nas ruas ainda hoje: ‘Ah, se o Taboada não tivesse ido embora ele teria sido senador, governador..’

Quem perdeu mais não foi ele…foi o Acre que, àquela época, o admirava tanto…

Sou um privilegiado por sido seu contemporâneo…

Ter vivido no seu tempo, que era um tempo lá na frente.

E de ter sonhado com ele, quem sabe, coisas do impossível.

Taboada foi um gênio de carne e osso que conheci.

Gênio como pai, marido, filho, amigo…como pessoa.

Os gênios vivem intensamente o tempo que vivem..!

Um comunista que continuou comunista no sentido mais puro e honesto do termo….mesmo tendo se afastado definitivamente da vida partidária.

Porque… não precisa estar num partido comunista para ser comunista.

Para defender o comum a todos, a justiça social.

E isso Taboada fez até o último segundo da sua vida.

J R Braña B.

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