Crônica de Dandão: Detalhes de bastidores

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Detalhes de bastidores

 

Francisco DandãoEu já disse, mas não faz mal repetir: os bastidores do futebol estão cheios de histórias interessantes que a gente, de modo geral, não sabe nunca. Um dia desses eu li um livro bem esclarecedor sobre esse tema. Título: “50 anos por dentro do futebol”, escrito pelo falecido professor José Teixeira.

O professor Teixeira foi o pioneiro da preparação física nos clubes brasileiros, na década de 1950, quando foi trabalhar no São Paulo. Até então, não havia profissionais dedicados a essa atividade nos clubes. De modo geral, eram os treinadores dos times que orientavam o “aquecimento”.

De preparador físico, Teixeira passou aos cargos de técnico/supervisor e tudo o mais que se pode listar de atividades num clube. Para vocês terem uma ideia da importância e capacidade reconhecida desse personagem, basta dizer que ele atuou em 19 clubes, sendo 14 no Brasil e cinco no exterior.

Pois o livro dele, que eu citei no primeiro parágrafo, é um primor de histórias de bastidores do futebol, tanto brasileiro quanto estrangeiro. Situações que a gente nem imagina que podem acontecer para que um time entre em campo. Detalhes que podem levar uma equipe ao sucesso ou não.

Naturalmente, agora deixando de lado as peripécias do ilustríssimo professor José Teixeira (prometo contar mais sobre o livro numa outra oportunidade), muitas das histórias de bastidores dizem respeito a trapalhadas ou descuidos, seja de dirigentes, corpo técnico ou jogadores.

É muito comum, por exemplo, jogadores que viajam de avião pela primeira vez não saberem como se portar durante o voo. Existem diversos relatos de “craques” que não conseguem atar o cinto de segurança, ou então, instigados pelos colegas de clube, que querem pagar o serviço de bordo.

Um dia desses, eu soube de duas dessas historinhas vividas por jogadores do futebol acreano. Uma delas me foi contada pelo Ismael Campelo, ainda em plena atividade como atacante do Plácido de Castro. A outra me foi contada pelo ex-jogador Dim, sobre um colega de nome Vela.

O Ismael disse-me que quase morre de sede num aeroporto, na primeira vez que viajou de avião. É que ele pediu no bar uma Coca-Cola e lhe foi entregue um copo fechado, com uma abertura para botar um canudo. Ismael só descobriu como beber quando o irmão Joel foi em seu socorro.

E o Vela, lateral do Atlético na década de 1980, de acordo com o Dim, ele conseguiu viajar para um Copão da Amazônia, em Macapá, sem documentos. Distraído, Vela só se deu conta do esquecimento quando foi escalado. Mas não pode jogar e quase apanhou do técnico Roberto Araújo.

Francisco Dandão – professor, cronista, escritor, poeta e tricolor

oestadoacre.com

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