Crônica de Dandão: Números e probabilidades

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Números e probabilidades

 

Francisco Dandão – Conforme eu disse numa crônica anterior, de um dia que não sei mais quando foi, eu adoro consultar números que remetam a probabilidades, principalmente em se tratando de futebol. E adoro mais ainda quando os números são desmentidos na prática, no correr do jogo, na hora do pau a pau.

Para esses confrontos das oitavas de final da Série D de 2022, os times que apresentam as menores chances de passarem de fase, de acordo com o site Chance de Gol, são justamente os representantes do extremo norte do país: o Rio Branco (AC), com 5,9%, e o Amazonas (AM), com 28,1%.

O Rio Branco enfrenta o ASA, do interior de Alagoas, com a partida de ida sendo jogada em casa, no conhecido estádio Florestão. Enquanto isso, o Amazonas vai enfrentar o Lagarto, do interior de Sergipe, mas com a vantagem de jogar a segunda partida nas imediações do caudaloso rio Negro.

Para os numerólogos do site supra referido, o adversário do Rio Branco nessas oitavas de final tem 94% de chances de chegar ao próximo nível e 9% de possibilidades de levantar o caneco da competição. Já as chances do adversário do Amazonas são 71,9% e 10,9% respectivamente.

É claro que os números mudam à medida em que os resultados vão acontecendo. E se a gente olhar para trás, vai constatar que inúmeros prognósticos foram frustrados pela realidade. Na hora em que a bola rola, os dados dos deuses descem das nuvens e podem materializar várias surpresas.

Aquela final da Copa do Mundo de 1950, no Maracanã, é a maior prova disso. O Brasil havia goleado um bocado de gente boa. O adversário, o Uruguai, por sua vez, vinha tropeçando nas próprias pernas. Não havia uma só alma no planeta que cravasse a vitória uruguaia. Mas o Brasil perdeu!

E o próprio Rio Branco, no mesmo site Chance de Gol, nessa mesma Série D de 2022, em várias situações foi dado com menores probabilidades de vencer os seus adversários na fase de classificação. Mas, a despeito disso, o Estrelão foi chegando e já está entre os 16 daqueles 64 que iniciaram a luta.

Outro detalhe, de acordo com o meu afilhado Manoel Façanha, é que 13 anos se passaram desde que o Rio Branco e o ASA se enfrentaram em uma decisão. Os jogos também foram de mata-mata. No primeiro, na casa dos alagoanos, empate por 1 a 1. No segundo, no Acre, empate em 2 a 2.

Naquela oportunidade, como se valorizava o gol fora de casa, o Rio Branco foi desclassificado. Agora, como não existe mais essa história de gol qualificado, se tudo terminar igual, a decisão vai para os pênaltis. O Façanha acha que 13 é um número de sorte, tão vermelho quanto a camisa do Estrelão!

Francisco Dandão – poeta, jornalista e tricolor


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