Crônica de Dandão: O aniversário de um gênio

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Francisco Dandão – Eu sempre fui contra essa ideia de comparar tempos. Isso porque, de modo geral, a gente sempre acha que o passado foi melhor do que o presente. A síndrome da nostalgia. Na verdade, nada se repete. É tudo diferente. E, sendo assim, não pode existir comparação possível entre o que foi e o que é.

Entretanto, se me permitem, eu continuo achando que aquele time do Brasil que venceu a Copa de 1970 foi muito superior a todas as outras formações que representaram o país em torneios internacionais. Aquela
seleção tanto vencia quanto convencia. Era um show a cada partida jogada.

Mário Jorge Lobo Zagallo, recém falecido, no papel de treinador da seleção de 1970, conseguiu vagas num mesmo time para uma gama de jogadores fora de série, os chamados “camisas 10” em seus clubes de
origem. Como o 10 do time era Pelé, outros números foram dados aos demais.

E a estratégia do “Velho Lobo” deu tão certo que aquela seleção simplesmente atropelou os seis adversários que cruzaram o seu caminho. Na estreia foi logo 4 a 1 contra a Tchecoslováquia, seguindo-se 1 a 0 na
Inglaterra, 3 a 2 na Romênia, 4 a 2 no Peru, 3 a 1 no Uruguai e 4 a 1 na Itália.

Relembrando os nomes daquela seleção, os titulares formavam com Félix; Carlos Alberto Torres, Brito, Wilson Piazza e Everaldo; Clodoaldo, Gerson e Rivelino; Jairzinho, Pelé e Tostão. E entre os reservas, ninguém deixava “a peteca cair” quando eram chamados para substituir um titular.

Desses onze titulares, quatro já partiram para os campos celestiais. Casos do capitão Carlos Alberto Torres (25 de outubro de 2016), Everaldo Marques da Silva (28 de outubro de 1974), Félix Venerando (24 de agosto de 2012) e Pelé/Edson Arantes do Nascimento (29 de dezembro de 2022).

Entre os que, graças a Deus, permanecem entre nós, um fez aniversário nesta semana, no dia 11. Ninguém menos do que o célebre Canhotinha de Ouro, Gerson de Oliveira Nunes, o homem dos lançamentos precisos, de 40/50 metros. O cara lançava como se o fizesse com as mãos!

Gerson, que nasceu em Niterói, em 1941, começou o seu caso de amor com a bola na Praia de Icaraí. Daí para o campo, inicialmente num time chamado Canto do Rio, foi um pulo. E depois, ainda adolescente, para o Flamengo, convidado por um técnico de nome Modesto Bria, foi outro pulo.

Aí o mundo se abriu e ele, até o final da carreira, em 1974, vestiu mais três camisas de times de futebol: Botafogo, São Paulo e Fluminense. Pela seleção principal do Brasil, Gerson entrou em campo 85 vezes,
marcando 19 gols. Grande “canhota”: um dos maiores gênios do futebol brasileiro!

Francisco Dandão – cronista e tricolor – do amador ao profissional, Dandão sabe tudo de futebol e um pouco mais


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