Em plena pandemia da Covid-19, em 2020, Francisco sai e caminha pela Praça São Pedro.
Uma das cenas marcantes daquele que foi o Papa mais importante dos últimos 100 anos da igreja católica.
Dentro do mecanismo da Igreja, cheio de contradições e disputas internas, ele conseguiu se diferenciar e postular seu lugar na história.
É complicado afirmar que Francisco já está definitivamente na história.
Depende de muitos fatores, porque o processo histórico é sempre complexo — porque a história da humanidade é complexa mesmo.
O verdadeiro tamanho de Francisco só poderemos medir e saber mais adiante.
O fato de ele ter sido um Papa jesuíta – não europeu, fez diferença.
Pe. Paolino foi, na essência, um jesuíta — só para citar um exemplo que conhecemos.
Francisco foi o inverso de João Paulo II, um dos protagonistas da onda que jogou o mundo no neoliberalismo — esse modelo-estágio excludente do capitalismo que vivemos hoje.
João Paulo II teve responsabilidade direta, ao lado de Ronald Reagan e Margaret Thatcher, pela ascensão do conservadorismo e pela avalanche da direita e da extrema-direita no mundo.
Lembremos: Dom Hélder, um dos mais importantes bispos do Brasil, de Olinda-PE, foi impedido de se tornar cardeal por João Paulo II.
Foi também João Paulo II quem destruiu o movimento libertário da Teologia da Libertação dentro da Igreja.
Francisco foi o oposto.
Um progressista — avançado — dentro dos limites que a própria igreja católica deixa, é claro.
Por isso, Francisco tem grande chance de ter marcado seu nome na história.
E esse vídeo dele caminhando pela Praça São Pedro é uma das imagens mais icônicas…
Ao fundo, a música Now We Are Free (Agora Estamos Livres), famosa pelo filme Gladiador.
Emocionante…demais.
Ciao, Francesco!
J R Braña B.