‘BR-364 foi abandonada de 2018-2022 porque não é viável economicamente’

Ricardo Araújo, em audiência pública na Assembleia Legislativa que tratou da rodovia federal no Acre

ricardo araújo

Nesta quarta-feira, a Assembleia Legislativa realizou uma audiência pública para debater os problemas da BR-364, especialmente sua recuperação, incluindo a ponte do Caeté, em Sena Madureira, que cedeu e corre risco de desabar.

Um slide com o histórico da rodovia foi exibido por Ricardo Araújo, diretor do DNIT no Acre, que relembrou que o órgão federal que dirige no estado foi criado em 2014.

— Somos uma das superintendências mais novas.

Ricardo poderia ter dito que foi no governo Dilma que o DNIT foi, enfim, instalado no estado… Mas não disse.

Outro ponto importante do slide mostrado por Ricardo Araújo diz respeito ao período de 2018 a 2022 — justamente os anos em que a BR-364 ficou totalmente abandonada.

Mais uma vez, o representante do DNIT, indicado pelo governo Lula no Acre, evitou dar nome aos bois.

De 2018 a 2022, o governo que esteve no poder foi exatamente o de extrema-direita de Jair Bolsonaro.

Ouça abaixo o que diz o diretor do DNIT sobre o período 18-22.

Vamos repetir, transcrever, o que Ricardo disse sobre esses anos 2018-2022:

— Nesse período tivemos restrições orçamentárias (usou um eufemismo para falta de recursos), porque a nossa estrada não era econômica. Não tinha um viés da economicidade. O governo da época (que governo, Ricardo???? – J R Braña B) não quis trabalhar com essa questão. E ficamos sem manutenção para essa região.

2018-2022(gov Bolsonaro): BR-364 abandonada – justificativa: a região é pobre e não dá lucro

Vejam que parece proibido tocar no nome do governo 2018-2022… E o governo que abandonou a BR-364, para não esquecermos, era exatamente o de Bolsonaro.

Abro um parêntese para uma opinião política:

O Acre hoje é um estado desorientado politicamente.

A onda bolsonarista tomou conta por aqui… como tomou conta em 1989 com Collor de Mello.

Collor venceu de goleada o Lula em Rio Branco e em todo o Acre.

Um ano após assumir o poder, meteu a mão no dinheiro da poupança dos brasileiros — daqueles que tinham algum valor depositado.

Muitos que apoiaram Collor aqui no Acre contra o “comunista Lula, que iria tomar a casinha da dona Maria e fechar as igrejas”, hoje, com vergonha, não dizem que votaram no marajá das Alagoas.

Alguns até — vejam só — passaram a chamá-lo de ladrão depois que foi preso, dias atrás, por decisão do STF.

Foram precisos 20 anos, duas décadas, para isso acontecer.

Voltando ao DNIT e ao medo de dizer que a BR-364 foi ao fundo do poço entre 2018 e 2022:

A postura adotada pela liderança do DNiT no Acre — repito, indicada pelo governo Lula — é um exemplo de despolitização.

Com a extrema-direita, é preciso enfrentamento sem trégua, sem medo.

Os progressistas do Acre (progressistas, diga-se, não são os do PP… esses não têm nada de progressistas) não podem continuar eternamente na defensiva.

A defensiva e a frouxidão política fizeram com que o PT e os partidos democráticos do Acre fossem parar no limbo.

E de lá não sairão tão cedo enquanto mantiverem essa postura vacilante.

Enfim, agora todos sabem – para a extrema-direita brasileira, a BR-364 não dá lucro…e deve ficar abandonada à própria sorte.

Traduzindo a extrema-direita e seu pensamento:… se virem os habitantes de Sena, Manoel Urbano, Feijó, Tarauacá e todo o Juruá…

Mais que isso, só se desenhar…e eu não sei desenhar.

J R Braña B.

 

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