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Home Artigos / Colunas / Diversos

Por que Trump(Donaldo) teme o sistema monetário do BRICS

Não há mais nenhum setor da economia mundial capaz de se rivalizar com as big techs, com exceção dos Estados nacionais.

por oestadoacre.com
8 de julho de 2025
em Artigos / Colunas / Diversos
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Há certa dificuldade em entender os movimentos erráticos do presidente norte-americano Donald Trump. Especialmente as ameaças aos países que aderirem à moeda do BRICS

Há uma mudança fundamental na lógica do poder norte-americano. A partir do acordo de Bretton Woods, o poder se manifestava através de um multilateralismo enviesado, em torno de instituições como FMI, Banco Mundial, Organização Mundial do Comércio, sempre com predomínio norte-americano e tendo como peça central o dólar.

As duas formas de poder de uma Nação são as Forças Armadas e a moeda. Desde então, o dólar cumpriu todas as funções de uma moeda referência:

  • Moeda de reserva internacional: cerca de 58% das reservas cambiais globais sendo denominadas em dólar.
  • Moeda de comércio internacional: mais de 80% do comércio mundial é faturado em dólar.
  • Moeda de financiamento internacional: emissão de dívida soberana e corporativa em dólar, especialmente em países emergentes.
  • Referência cambial: muitas moedas sendo atreladas ao dólar.
  • Moeda dos contratos internacionais: contratos de leasing, financiamentos de aviões, energia e infraestrutura.

Gradativamente, o dólar foi perdendo relevância. Nas represálias contra a Rússia, o país foi proibido de usar o swift (o sistema internacional de troca de reservas em dólares), um golpe político que feriu de morte a credibilidade do sistema.

Além disso, a dívida pública norte-americana criou uma relação negativa com a China. Esta aplicava suas reservas nos EUA, permitindo o crescimento da economia norte-americana via endividamento, enquanto a própria China crescia via produção voltada para o comércio exterior e, depois, para a economia interna.

Ao mesmo tempo, a diplomacia dos canhoneiros tornou-se muito onerosa para a economia norte-americana, da mesma maneira que sucedeu com outras civilizações, como a romana e a britânica.

O poder das big techs

Enquanto isto ocorria, as big techs norte-americanas ascendiam ao topo do mundo, mudando a natureza do poder norte-americano e confrontando o poder até então absoluto de Wall Street e da City londrina.

A ascensão de Trump mudou completamente a estrutura de poder. Agora não se trata especificamente de manter a supremacia norte-americana com o poder das canhoneiras e do dólar, mas de submeter o mundo – e o próprio EUA – ao poder das big techs.

Não há mais nenhum setor da economia mundial capaz de se rivalizar com as big techs, com exceção dos Estados nacionais. Ora, uma das manifestações do poder nacional é o sistema monetário. Hoje em dia, o único poder a confrontar a postura ditatorial de Trump, nos Estados Unidos, é o FED – representando o poder do mercado financeiro.

Nos EUA, os embates de Trump com o FED e um conjunto de medidas intempestivas, tirando a previsibilidade do dólar, parecem ter a intenção de ser o último prego no caixão do sistema monetário pós-Bretton Woods.

A estratégia interna de Trump está explícita: a troca das moedas nacionais pelas moedas privadas.

  • No dia 1 do novo mandato (23‑jan‑2025), assinou a EO 14178 (Fortalecimento da liderança em finanças digitais), revogando regras anteriores e estabelecendo um grupo de trabalho para criar um marco regulatório claro para as criptomoedas.
  • Pouco depois, instituiu a criação de um Crypto Summit na Casa Branca e nomeou um “cripto czar”, David Sacks.
  • Em março de 2025, aprovou um Decreto Presidencial para criar uma Reserva Estratégica de Bitcoin e um Estoque Digital de Ativos (BTC, ETH, XRP, SOL, ADA) – chamados por ele de “crypto capital of the world”
  • A ordem determinou que os EUA mantenham e auditem cerca de 200 mil BTC apreendidos, comparando-a ao “Fort Knox Digital”.
  • A SEC foi orientada a suavizar sua atuação — novas empresas cripto cresceram e várias ações foram suspensas ou abandonadas .
  • A CFTC (Comissão de Negociação de Futuros de Commodities) recebeu reforço, enquanto uma unidade de combate a crimes cripto do DOJ foi dissolvida.
  • Trump é fortemente investidor: plataformas como World Liberty Financial (stablecoin USD1), memecoins ($TRUMP, $MELANIA), e grandes participações em Bitcoin e Ethereum, o que elevou sua fortuna em centenas de milhões 

O papel do BRICS

No Ocidente, o poder absurdo das big techs vem sendo questionado justamente pelos Estados nacionais – a União Europeia e o Brasil. Apesar de seu escorregão no episódio do IOF, o Ministro Alexandre de Moraes transformou-se na principal liderança global contra o poder sem limites das redes sociais.

Google, Apple, Amazon, PayPal estão avançando céleres para serem dominantes na categoria de meios de pagamento de base ampla (retail payment instruments), categoria onde se enquadram os cartões de crédito. No futuro, bastará trocar as moedas nacionais por criptomoedas. Com o avanço da Inteligência Artificial, o controle global ficará mais próximo.

É nesse quadro que surge o BRICS trabalhando um novo sistema monetário, articulando, preservando e fortalecendo o papel das moedas nacionais e desenvolvendo uma rede BRICS Pay e na interoperabilidade de sistemas de pagamento. A regulação das redes e, agora, a montagem do sistema monetário dos BRICS, são empecilhos às pretensões de Trump, de ser o novo dono do mundo.

Nas discussões do NDB (Novo Banco dos BRICS), uma das preocupações era justamente definir limites para o uso da IA e a preservação da chamada soberania monetária.

Todos os países BRICS defendem a preservação de suas moedas nacionais (real, rublo, rupia, yuan, rand, etc.) como pilar de autonomia macroeconômica. Isso se reflete em três frentes:

Dimensão Enfoque
Política cambial Cada país mantém regime de câmbio próprio (flutuante, administrado ou fixo), com metas e prioridades nacionais.
Política monetária Bancos centrais dos BRICS seguem regras locais: metas de inflação, crescimento ou estabilidade cambial.
Desdolarização A substituição do dólar é buscada, mas sem sacrificar a autonomia das moedas nacionais.

É interessante a comparação da BRICS+ AI Charter (Carta de Inteligência Artificial dos BRICS), com o EU AI Act (União Europeia) e as diretrizes OCDE/ONU:

TABELA COMPARATIVA: BRICS+ AI Charter × EU AI Act × Diretrizes da OCDE/ONU

Critério 🇧🇷🇷🇺🇮🇳🇨🇳🇿🇦 BRICS+ AI Charter 🇪🇺 EU AI Act (2024) 🌐 OCDE/ONU (Recomendações globais)
Modelo regulatório Ético, pluralista, voltado à soberania e inclusão Regulação ex ante, com regras rígidas por nível de risco Diretrizes não vinculantes, baseadas em consenso técnico
Base jurídica Proposta político-normativa em construção Lei aprovada e vinculante em todos os países membros da UE Soft law (recomendações e princípios)
Classificação de risco Em discussão; princípio da contextualização cultural e social Divisão em 4 níveis: proibido, alto risco, médio e mínimo Aponta riscos, mas sem categorização jurídica obrigatória
Foco ético e cultural Diversidade, pluralismo ético, evita imposições culturais Direitos fundamentais europeus (non-discrimination, privacy) Foco em transparência, inclusão, sustentabilidade
Uso militar e estatal da IA Flexível; pode incluir usos soberanos e militares (ex: China, Rússia) Proíbe IA para vigilância biométrica em tempo real em público Recomenda cautela, mas não veda
Transparência e explicabilidade Fortemente apoiada, mas com adaptação à realidade técnica local Obrigatória para sistemas de alto risco Recomendação central (princípio da “explainability”)
Proteção de dados e uso de conteúdo Propõe compensação a criadores de dados usados em treino de IA Proteção forte via GDPR e proibição de scraping sem base legal Recomendação de consentimento informado e uso justo
Soberania digital Ponto central: dados, infraestrutura e LLMs locais Não é prioridade; depende de empresas privadas Promove interoperabilidade, não necessariamente soberania
Governança internacional proposta ONU + BRICS+ Secretariat + países do Sul Global União Europeia (comissão, parlamentos, tribunais) Fóruns multilaterais (UNESCO, OCDE, G7/20)

Nesse jogo, a posição do Brasil pode ser sintetizada em 3 princípios:

  • Valorização da ética, direitos humanos e justiça algorítmica, como o EU AI Act;
  • Também defende soberania tecnológica e dados locais, como o Charter BRICS;
  • Tem criticado propostas da OCDE por não refletirem as realidades do Sul Global.

(Luís Nassif, GGN)


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