Crônica de Dandão: Zapeando

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Por Francisco DandãoVocê que lê nesse exato momento essas mal traçadas de hoje sabe o que significa “zapear”? Verbo (mais ou menos) novo, do tipo que era gíria antes de ser anexado à língua pátria, provavelmente não seja do domínio de alguns sujeitos menos avisados (ou do tipo que usa tornozeleira eletrônica).

Pois eu lhes digo que, de acordo com as definições contidas por aí nos manuais recém-escritos, originalmente o termo se referia à mudança frenética de canais de um televisor ou de estações de rádio. Ultimamente, porém, o tal termo se aplica também à mudança igualmente frenética de sites na internet.

Então, isso posto, eu devo confessar que foi zapeando na internet, quinta-feira passada, que eu soube do aniversário, no dia 17, de duas lendas do futebol brasileiro, ambos laterais-direitos, ambos campeões mundiais: Jair Marinho, vencedor em 1962, e Carlos Alberto Torres, vencedor em 1970.

Jair Marinho, que nasceu na pequenina cidade de Santo Antônio de Pádua, no interior do Rio de Janeiro, no ano de 1936, começou a carreira no Fluminense, em 1956. Justo no tricolor mais lindo do mundo, recentemente quarto lugar no primeiro mundial de clubes organizado pela senhora Fifa.

No Fluzão ele jogou durante oito anos. E depois, entre 1964 e 1970, ele passou, sucessivamente, por Corinthians-SP, Vasco da Gama-GB, Alianza Lima (Peru) e Campo Grande-GB. Era uma espécie de monstro pelo lado direito do gramado, pesadelo de quantos ponteiros o enfrentassem.

É certo que ele não chegou a entrar em campo na Copa do Mundo de 1962. Afinal de contas o titular da lateral-direita da seleção, por aquela época, era nada menos do que Djalma Santos, considerado o melhor da posição no século XX. O craque não jogou, mas fez parte do grupo vitorioso.

Quanto a Carlos Alberto Torres, o “capita”, penso que ele foi um desses caras fora-de-série que Deus faz e joga o molde fora. Na Copa do Mundo de 1970, soberbo e absoluto na lateral-direita da seleção brasileira, foi dele o gol que coroou a conquista, na finalíssima contra os italianos.

Nascido no Rio de Janeiro-DF, no dia 17 de julho de 1944, Carlos Alberto permaneceu em campo entre 1962 e 1982. Tempo suficiente para ele vestir as camisas de seis clubes: Fluminense-GB, Santos-SP, Botafogo-GB, Flamengo-RJ, New York Cosmos (EUA) e Califórnia Surf (EUA).

Tanto Jair Marinho quanto Carlos Alberto Torres já viraram criaturas presentes apenas nas linhas da história. Jair Marinho morreu em 7 de março de 2020. Carlos Alberto Torres morreu no dia 25 de outubro de 2016. A memória deles, porém, essa, com a mais absoluta certeza, será eterna.

Francisco Dandão – cronista e tricolor – Dandão sabe tudo de futebol e um pouco mais…

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