Entre Páginas e Destinos
Cresci ferido pelo silêncio de um pai ausente,
meu coração era um caderno em branco
onde a solidão escrevia, todos os dias,
palavras que eu nunca pedi para ler.
Na biblioteca, me escondi do mundo,
procurando nas páginas o que me faltava.
Foi então que teus olhos cruzaram os meus,
como quem acende luz em meio à noite.
Não buscavas amor, nem eu acreditava nele,
mas o acaso nos prendeu no mesmo parágrafo.
Tu, leitora curiosa; eu, escritor ferido,
e juntos nos tornamos história.
Teu abraço não apagou minha dor,
mas ensinou meu peito a respirar de novo.
Com teu amor, aprendi que cicatrizes
também podem florescer em poesia.
Hoje já não sou apenas abandono:
sou renascimento, sou vida, sou lar.
Pois entre livros e destinos silenciosos,
foi em ti que Deus me ensinou a amar.
Ezequiel Cardoso da Silva, aluno do Ensino Médio, rede pública