Por Júlio Portela
Sindicato dos Bancários da Bahia – O Itaú avança com um projeto ultraliberal fascinazista que acelera a digitalização e o desmonte da estrutura física das agências, aprofundando a precarização das relações de trabalho. O modelo adotado pelo banco ignora os impactos sociais de suas decisões, aposta em cortes de pessoal e fechamento de unidades para maximizar os lucros a qualquer custo.
Segundo análise por IA feita pelo NeoFeed, a estratégia não é segredo: o banco pretende migrar 75% da base de clientes para o ambiente digital nos próximos três anos. A meta foi reafirmada no Itaú Day, evento realizado no início de setembro, que contou com as presenças de executivos, incluindo os copresidentes do conselho e o presidente Milton Maluhy Filho. Durante o encontro, a palavra mais citada foi “tecnologia”, termo que passou a ser usado como justificativa para demissões em massa e o esvaziamento do atendimento presencial. Claro, as palavras no evento não foram essas, mas sim de “avanços e hiperpersonalização”.
Por trás do discurso de inovação, está a lógica cruel de eliminar os postos de trabalho e enfraquecer a organização coletiva dos bancários. A substituição do trabalho humano por inteligência artificial e sistemas automatizados atende a única finalidade: cortar custos com direitos trabalhistas, evitar resistência sindical e aumentar a margem de lucro. Não se trata de modernização, mas de aprofundamento da exploração.
Entre 2018 e 2025, o Itaú aumentou em mais de 2.000% o número de atualizações e implantações tecnológicas, enquanto o custo com infraestrutura caiu 4%. A mesma conta que melhora os índices do banco representa o adoecimento e o desemprego de milhares de trabalhadores. Não há compromisso com a sociedade, com os clientes e com responsabilidade social que um banco tão lucrativo deve assumir.
A aposta do Itaú no modelo digital é, na prática, a consolidação de um projeto no qual os lucros são priorizados acima das pessoas. A desumanização das relações de trabalho, somada ao avanço tecnológico sem contrapartida social, revela o verdadeiro rosto do ultraliberalismo financeiro: uma máquina de moer trabalhadores em nome da eficiência e do lucro ilimitado.