Crônica de Dandão – Professora Deuí

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Por Francisco Dandão – Um dia desses eu me peguei refletindo sobre o que leva uma criatura a optar por jogar na posição de goleiro, levando-se em conta que a essência do futebol é o gol e esse jogador é o encarregado de não deixar a bola entrar. Ou seja, ele (o goleiro), em outras palavras, representa a antítese da essência.

E aí então, depois de algum tempo, cheguei à conclusão que são dois os caminhos que levam um aspirante a craque a optar por jogar debaixo das traves: a falta total de aptidão para conduzir uma bola com os pés e, assim, não reunir condições de jogar na linha; e alguma obra do fortuito acaso.

Dandão – IA oestadoacre

Nessas de obra do acaso, eu lembrei o início da carreira do goleiro Weverton, do Palmeiras, multicampeão pelo clube alviverde, medalha de ouro nas Olimpíadas de 2016 e várias vezes convocado para a seleção brasileira principal, inclusive jogando a Copa do Mundo do Catar, em 2022.

É que o Weverton quando começou a vida de futebolista jogava na posição de centroavante. E quem o viu nessa época diz que ele levava jeito para artilheiro, fazendo muitos gols de cabeça, dada a sua estatura. O que o levou para debaixo das traves foi a falta do goleiro titular num dia qualquer.

Se ele era competente como atacante, se mostrou muito mais como goleiro, passando sucessivamente, ainda no Acre, pelas bases do Andirá e do Juventus, fechando o gol desse último numa Copa São Paulo de Juniores, depois pela base do Corinthians-SP e daí até virar uma estrela ascendente.

Enquanto isso, nessas de falta de aptidão para chutar uma bola, eu lembrei a trajetória do delegado Illimani, que jogou na juventude como ponteiro-direito num time da cidade boliviana de Cobija, capital do Departamento de Pando, em “la banda”, terra do perfume “Siete Brujas”.

Dizem as narrativas que o Illimani trocou de posição, indo da linha para o gol, depois de dezenas de tentativas de cruzamentos para o cabeceio do atacante Leopoldo, de quem era amigo próximo. Como os cruzamentos saíam sempre tortos, o Leopoldo não conseguia fazer sequer um golzinho.

Mas a troca de posição do Illimani não aconteceu assim tão fácil. Contam testemunhas da época que foi preciso até a promessa do alcalde de Cobija de que se o Illimani topasse jogar no gol, ele (alcalde) conseguiria uma vaga para o goleiro fazer um teste no Andirá, clube da capital acreana.

Já a professora Deuí, diz-se que ela teria sido a maior responsável pelo sucesso do Illimani como goleiro, tantos os bolos de palmatória que ela deu nele, quando ele errava a tabuada, no primário, em Brasiléia. Foi tanto bolo que a mão dele ficou grossa, pronta para defender os chutes dos adversários.

Francisco Dandão – cronista e tricolor – Dandão sabe tudo de futebol e um pouco mais…

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