O lançamento do “Crescer – Programa Nacional de Microcrédito”, na quarta-feira, 24, pelo governo federal representa “um grande incentivo à democratização do crédito”. A avaliação foi feita pela presidenta Dilma Rousseff durante cerimônia no Salão Nobre do Palácio do Planalto, em Brasília. Segundo Dilma Rousseff, as conquistas que a população obteve nos oito anos do governo do presidente Lula e no programa que está sendo proposto para os próximos anos pela presidenta Dilma significa que “estamos avançando de forma significativa o acesso ao crédito”.
“E queremos dar essas condições para que possam abrir e expandir seus negócios, e gerar riquezas para o Brasil. Inclusão produtiva para milhões de brasileiros… [O programa] abrange uma faixa muito maior que o Brasil sem Miséria. Será um instrumento importante já que permitirá a quem tem em seu próprio negócio condições de sair da pobreza.”
No discurso, a presidenta Dilma lembrou que nos últimos anos a população aumentou a renda e, por este motivo, aqueceu o mercado doméstico. Assim, o cidadão conseguiu comprar, por exemplo, eletrodoméstico, computador, carro e até mesmo viajar de avião. Numa outra frente, como explicou a Presidenta, o governo colocou recursos para a agricultura familiar e expandiu a oferta do crédito imobiliário.
“Hoje estamos aqui ampliando a escala do microcrédito. Transformando o microcrédito num instrumento que vai ser de fato uma alavanca no crescimento econômico. Esse programa Crescer é um nome significativo. É isso que nós queremos que as pessoas tenham condição de fazer: crescer. É um passo na democratização do crédito.”
A presidenta Dilma explicou também que com o programa de microcrédito, cada vez mais cidadãos que estão na informalidade tenham acesso aos recursos com juros ainda mais reduzidos. A presidenta explicou também que o programa se encaixa no modelo da economia solidária. Deste modo, os ministros Carlos Lupi (Trabalho e Emprego)e Tereza Campello (Desenvolvimento Social e Combate à Fome) passam a ter participação importante no programa.
“Na verdade acredito que temos três aspectos desses dois programas: menos impostos, desoneração do MEI (empreendedor individual) de 11% para 5% e a elevação da faixa de renda até R$ 60 mil. São muito importantes. Mais desoneração, mais crédito e mais assistência técnica. Mais crédito com menor taxa de juros só também não resolveria o problema. O aspecto da orientação é essencial…”
No discurso, a presidenta enfatizou também o fato de que “até 2013 vamos quadruplicar o número de clientes”. Por isso, naquele ano o programa vai passar por revisão, inclusive com clara possibilidade de ele ser expandido. “É importante que lembremos que queremos crédito para capital de giro. Isso vai levar a uma forma virtuosa aumento da demanda, mais renda e mais consumo para a população”, disse.
Dilma Rousseff mencionou o programa “Crédiamigo” do Banco do Nordeste como sendo uma experiência bem-sucedida. Ela revelou que um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) apontou que 60% dos beneficiários do crédito deste banco público deixaram situação de extrema pobreza em 12 meses. A presidenta disse ter certeza que os quatro bancos públicos (Banco do Brasil, Caixa Econômica, Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e Banco da Amazônia (Basa)) “vão dar esse exemplo” e espera que mais adiante os bancos privados também possam aderir ao programa de microcrédito.