Economia: Grupo Glória, do Peru, vai se instalar no Acre

O presidente do Grupo Gloria, Vitor Rodriguez Rodriguez, anunciou em Lima a instalação de indústrias em Rio Branco e Cruzeiro do Sul até março de 2012. O comunicado foi feito para uma missão técnica de 20 empresários acreanos que estavam acompanhados pelo vice-governador do Acre, César Messias, e pelo secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Serviços, Ciência e Tecnologia, Edvaldo Magalhães.

Fertilizantes, cimento e beneficiamento de leite são os três setores possíveis de investimento. O cimento Yura, empresa que integra o conglomerado peruano, e uma indústria de transformação de fertilizantes, também integrante do cast, podem compor a Zona de Processamento de Exportação do Acre, com previsão de ser alfandegada pela Receita Federal no próximo dia 20. “Mas, a presença na ZPE ainda está sendo avaliada pela direção do grupo”, adverte o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Serviços, Ciência e Tecnologia, Edvaldo Magalhães. “É possível que eles construam estruturas modulares próprias, que permitam expansão”

“Nosso interesse não está apenas em enviar nossos produtos para o Acre”, adianta o diretor de Comercialização do grupo, Julio Carcere. “Nós queremos nos instalar na ZPE do estado e colocar nossos produtos nas prateleiras e na mesa do acreano”.

Leite – A indústria de beneficiamento de leite provavelmente será instalada no Parque Industrial, às margens da BR-364, sentido Rio Branco-Porto Velho. O Governo do Acre construiu um galpão apropriado para o processamento de leite e estava à procura de investidores. A maior insegurança desse setor está na garantia da matéria-prima.

Os 13 maiores laticínios do estado processam diariamente 81 mil litros de leite. Para ser viável economicamente, a unidade não pode beneficiar menos que 100 mil litros por dia. Em Lima, o Grupo Gloria finaliza a construção de uma indústria de beneficiamento de leite em uma área de 80 hectares e capacidade de processamento de 1,8 milhões de litros por dia. “Desde o início do processamento do produto até o papel utilizado no empacotamento do leite vaporizado, tudo é feito pela própria empresa”, relata o secretário Magalhães.

O presidente do Grupo Gloria, Vitor Rodriguez Rodriguez, admite a escolha do Acre como “estratégica” para a distribuição de produtos. “A maioria do leite usado nas plantas de processamento é exportada e, para a empresa, interessa muito exportar esse produto a partir do Acre por estar mais próximo”. E complementa. “Necessitamos manter esse comércio”. Rodriguez Rodriguez não adiantou quanto irá investir no Acre. A expectativa é que o anúncio do volume de investimentos seja feito em janeiro do ano que vem.

Cruzeiro do Sul, a segunda maior cidade do Estado, localizada no extremo oeste do Acre, deve servir de base operacional para a distribuição dos produtos. O Grupo Gloria é uma holding peruana composta por 42 empresas e tem comercialização consolidada em 65 países. Possui faturamento de R$ 2,5 bilhões e emprega diretamente mais de 20 mil pessoas.

Missão realiza duas rodadas de negócios
Os 20 empresários acreanos que fizeram parte da missão técnica realizaram duas rodadas de negócios. A principal pauta comercial estava relacionada ao setor de horti-frutigranjeiros. A MC&M, empresa peruana que produz alho e cebola, exporta para México e Estados Unidos, e já iniciou, em outubro deste ano, comercialização de cebolas para atender o setor supermercadista do Acre. A média de produção da MC&M é de 5 milhões de toneladas por ano.

Carne acreana – A carne produzida no Acre despertou o maior interesse dos 100 empresários peruanos que participaram das rodadas de negócios. Suínos, bovinos e frango são as prioridades. Para efetivar esse tipo de comercialização, o setor da pecuária acreano vai ter que se estruturar. Atualmente, não há no Acre nenhum frigorífico credenciado a exportar carne bovina.

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