Autor: J R Braña B.
Para mim não é nenhuma novidade.
Já esperava esse comportamento anti-trabalhador dos deputados do Acre.
Da maioria.
(Hoje temos o pior Congresso desde 1964. Sua composição é na maioria reacionária. De direita. Os deputados sindicalistas e representantes dos trabalhadores praticamente desaparecem do Congresso. E o Acre contribuiu com isso. Infelizmente)
Porque a Terceirização, que os deputados Rocha, Alan Rick, Flaviano, Jéssica, e até César Messias (até tu, César?) votaram, é a transformação do emprego decente em subempregos.
A aprovação da Terceirização significa a mudança nas relações de trabalho entre patrão e empregados no Brasil.
Para pior.
E vai favorecer apenas ao patrão.
Será uma tragédia para os trabalhadores e para o Brasil.
São nas empresas terceirizadas que acontecem os maiores índices de acidentes com trabalhadores e de demissões.
E também de denúncias à justiça do trabalho.
E por que isso?
Porque as empresas terceirizadas são criadas para burlar a Lei.
Melhor dizendo:
Para contratar por muito menos o trabalhador e não garantir nada além do que a exploração da sua mão-de-obra barata.
E foi nesse projeto prejudicial à sociedade brasileira que a maioria dos deputados federais votou.
Que a maioria dos parlamentares federais do Acre voltou também.
Fique atento!
O Brasil começa a viver uma fase de ameaças (ainda) de perdas de direitos dos trabalhadores.
E, ironicamente, num governo do PT.
E a aprovação definitiva da Terceirização (PL4330) seria a maior derrota dos trabalhadores brasileiros desde a Ditadura Militar, o que é terrível.
E não tenho dúvida que haveria um distanciamento total dos trabalhadores e dos sindicatos com o governo Dilma.
Hoje a justiça do trabalho (a legislação) entende – e age assim – permitindo a terceirização das ‘atividades meio’ e proibindo as ‘atividades fins’.
Exemplo: numa escola a atividade meio (limpeza, lanchonete) pode ser terceirizada, mas a atividade fim (professor) jamais.
Com a Terceirização aprovada tudo poderá ser terceirizado.
Uma escola particular poderá existir sem ter sequer um único funcionário da própria escola.
Nem professor, nem coordenador, nem diretor, ninguém.
Ela poderá terceirizar tudo.
Já imaginaram o que acontecerá nas relações de trabalho no país?
Uma tragédia do ponto vista social, previdenciária e da composição dos salários.
Sem falar na qualificação e segurança do próprio trabalho.
Não é raro ouvir que empregados demitidos de uma empresa terceirizada não conseguiram receber seus salários ou mesmo indenizações.
Muitas vezes os trabalhadores não conseguem encontrar os donos, os responsáveis por essas empresas terceirizadas.
Aqui em Rio Branco já vimos esse filme.
O Brasil não pode ser uma China, onde a precarização do trabalho é desumana.
Nem os Estados Unidos dos tempos de Ronald Reegan, o impulsor do neoliberalismo, que enfraqueceu os sindicatos norte-americanos logo que assumiu o governo com o argumento de que o seu país precisava ser ‘competitivo’ com o resto do mundo.
Competitivo aqui significa pagar um péssimo salário aos trabalhadores para poder ter mais lucro.
Os deputados do Acre que votaram contra os trabalhadores, ou seja, a favor da Terceirização, tenho certeza, não têm a dimensão do que esse projeto PL4330 representa.
Como eles são da oposição, alguns nem oposição são (como é o caso de César e Alan) votaram alinhados aos interesses dos empresários e para prejudicar o governo, que está enfraquecido e sem controle de sua base no Congresso.
PT, PCdoB e o PSol foram os únicos partidos que votaram a favor dos trabalhadores.
Por isso é preciso reagir.
Os sindicatos do Acre precisam retornar às ruas para denunciar e pressionar a bancada do Acre a mudar de posição e votar contra o projeto da Terceirização.
Que representa o atraso de um século na vida dos trabalhadores do Acre e do Brasil.
Autor: J R Braña B.