A revolução no estado continua e não tem data para acabar – J R Braña B. –
AgGov
Samuel Bryan
Estado celebra 113 anos do início da Revolução Acreana
No dia 6 de agosto de 1902, o Acre começa a terceira tentativa de se separar da Bolívia. Mas a história da Revolução Acreana começa bem antes, em julho de 1899, quando o território é proclamado República do Acre, por Luis Gálvez Rodríguez de Arias, e termina em 1903, depois que os seringueiros locais, comandados por José Plácido de Castro, venceram a disputa pela força das armas contra os bolivianos.
Antes da revolução, as fronteiras entre Brasil e Bolívia eram delimitadas pelo Tratado de Ayacucho, reconhecendo o Acre como pertencente ao território boliviano. Ainda assim, a exploração de seringa havia chamado a atenção principalmente de nordestinos, que começaram uma colonização espontânea do oeste amazônico.
Consequentemente, em 1899 a Bolívia decide abrir um posto administrativo em Puerto Alonso, cobrando impostos e lançando taxas aduaneiras sobre as atividades dos brasileiros.
Insatisfação faz revolução
Além da revolta dos brasileiros com as atividades bolivianas, a situação ficou mais grave quando a Bolívia começou a negociar com o Bolivian Syndicate. A Bolívia pensou que essa seria a forma de dominar a região, mas Luis Gálvez Rodríguez de Arias foi enviado ao Acre pelo então governador do Amazonas e proclamou, com o apoio dos seringalistas, a independência do Acre, tornando-se seu presidente.
A Bolívia interviu e o presidente brasileiro Campos Sales extinguiu a República do Acre em março de 1.900. Já em 1901, o governo boliviano firmou contrato com o Bolivian Syndicate.
Começa a disputa armada
Com o militar gaúcho José Plácido de Castro, os seringueiros brasileiros começam então uma revolta armada. Plácido aceitou treinar e ordenar cerca de dois mil seringueiros que lhe ofereceram o apoio necessário para combater os bolivianos.
Às 5 horas da manhã de 6 de agosto de 1902, 33 homens comandados por Castro subiram em canoas o Rio Acre. Eles entraram discretamente em uma casa de madeira em Xapuri, que funcionava como Intendência da Bolívia. Castro tomou posse do local e aprisionou os militares bolivianos. A população local confundiu a revolução com a festa que se passava pelo Dia de Independência da Bolívia.
Após importantes batalhas, em 24 de janeiro de 1903, os bolivianos em Puerto Alonso se renderam aos rebeldes, que já haviam tomado toda a região. Três dias depois, foi proclamada a Terceira República do Acre, agora com o apoio do presidente Rodrigues Alves e do seu Ministro do Exterior, o Barão do Rio Branco.
Fim diplomático
Ao ser informado de que a Bolívia preparava um ataque maciço para retomar a região, o Barão do Rio Branco interviu. Do acordo entre Brasil e Bolívia, afirmou-se que a Bolívia cederia ao Brasil uma área de 142.800 quilômetros quadrados, em troca de dois milhões de libras esterlinas.
O Brasil, por sua vez, comprometia-se a construir a estrada de ferro Madeira-Mamoré, a fim de garantir o escoamento da produção boliviana pelo rio Amazonas. Assinou-se, então, o Tratado de Petrópolis, em novembro de 1903, colocando-se um ponto final ao conflito internacional. A data 6 de agosto foi oficializada como dia da Revolução Acreana.