A CPMF é capaz de cobrar dos ricos um pouco do que eles devem à nação

O outro imposto capaz de equilibrar mais ou menos o jogo é o imposto sobre grandes fortunas, que a Constituição já consagrou, mas que nunca foi regulamentado por governo algum.

Por quê?

Tá na hora!

J R Braña B. 

Eles criaram a CPMF para ajudar o governo tucano e acabaram a CPMF para prejudicar o governo Lula.

Autor: Vladimir Safatle
Na Folha

A crise como álibi

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Se quisermos fazer o Brasil sair desta crise sendo um país mais justo e igualitário será necessário encarar corajosamente, na verdade, a desregulação tributária vergonhosa a que nossa população está submetida. Fala-se que a carga tributária brasileira “é a mais alta do mundo”. Eis uma pura e simples mentira. Tentem saber qual a carga de países como Alemanha e França, por exemplo.

Na verdade, o Brasil é o país que tem a carga tributária mais injusta, pois ela incide basicamente sobre o consumo e produção, não sobre a renda. Os impostos estão nos produtos que compramos. Por isto, quem ganha menos paga proporcionalmente mais. Mais correto seria taxar a renda, as heranças, as grandes fortunas, os lucros bancários, obrigando os ricos a fazerem o que não fazem no Brasil ou seja, contribuírem.

Vejam, por exemplo, toda a hipocrisia em torno da CPMF. Eis um dos impostos mais justos que este país já teve, pois incide em quem mais usa o sistema financeiro, ou seja, os mais ricos. Os mesmos que tentam vender seus interesses de classe como se fosse interesse geral da população. Uma CPMF de 0,38%, por exemplo, renderia ao Estado R$ 60 bilhões. Perguntem quanto teríamos com imposto sobre grandes fortunas (tal estudo o governo brasileiro simplesmente nunca fez, por que será?).

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