J R Braña B.
Cinquenta e sete anos tinha Nivaldo Mônaco Abalos.
De Apucarana, Paraná, chegou aqui no Acre no final da década de 70, começo da de 80.
Era impressor gráfico.
Politizado.
De esquerda.
Comunista.
Trabalhador como poucos que conheci.
Amigo de Binho Marques, Jorge Viana, Edvaldo Magalhães, Taboada, Nilson Mourão, Pacífico, Pascoal, Marinheiro, Sibá e de toda velha guarda da esquerda acreana.
Todos esses aí em cima precisaram um dia (várias vezes) dos préstimos de Nivaldo.
Nivaldo era o cara que imprimia o material de campanha política do PT, PCdoB, os materiais dos sindicatos nas impressoras da vida.
Era um gráfico em todas as horas.
As madrugadas em claro foram uma rotina por anos a fio.
Mesmo com seu problema de Mal de Parkinson que teve de suportar por mais de três décadas.
Hoje fui ao seu velório.
Quando me aproximei do esquife e o vi pela última vez não tive como não voltar no tempo e nas lutas que ajudou a fazer pelos trabalhadores do Acre e do Brasil.
Nivaldo era anônimo.
Invisível…
Nunca apareceu.
Nunca quis aparecer em nada.
Esta foto dele peguei com sua filha Idara, hoje.
Para mim morre mais do que um amigo de décadas.
Morre um herói dos trabalhadores do Acre.
PS: Nivaldo (família de seis irmãos (ãs) deixa a filha Idara.
PS 1: Seu sepultamento foi no cemitério São João Batista (centro de Rio Branco)
J R Braña B.