Kiko Nogueira, DCM
As desculpas de Fátima Bernardes por promover uma empresa que vendida carne estragada são mais prementes que as de Tony Ramos e Roberto Carlos.
Tony e Roberto são atores e sempre estiveram à venda. Fátima não.
Ela é jornalista de formação. Quando saiu do Jornal Nacional, foi realocada pela Globo num programa em que pode fazer, por exemplo, merchandising e ganhar mais dinheiro.
Milita numa zona cinzenta que atende pelo nome de infotainment.
Tem mais, digamos, credibilidade que os outros dois. Seu cachê para fingir que consumia a marca Seara, da JBS, foi mais alto que o de Tony.
De acordo com o jornal Extra, que pertence ao grupo Globo, a negociação demorou quase um ano e envolveu a direção da emissora.
Especula-se que Fátima ganhou R$ 5 milhões por mês enquanto a campanha esteve no ar, 2 milhões a mais que Tony levou para elogiar a Friboi.
Pedidos de perdão depois de um escândalo desse tipo são extremamente comuns nos EUA e na Europa.
Em 2016, para ficar num exemplo recente, o ator Pierce Brosnan se lamentou publicamente pelo uso de sua imagem, na Índia, em comerciais de um produto que podia conter um ingrediente cancerígeno.
Fátima Bernardes não tinha como saber o que ocorria. Mas, uma vez revelado o estrago, deve se manifestar publicamente sobre o veneno que ajudou a vender para seus pobres fãs.