Acre: O que esperar de uma bancada do baixo clero?

baixo clero

dep federais #

Baixo clero….é assim…

Não se surpreendam se nas próximas horas, dias, semanas indicações de afilhados de deputados federais em postos da estrutura federal forem anunciados na mídia local…

A bancada do Acre é uma bancada do baixíssimo clero….isso todos sabem….dessas que não apita em nada na Câmara dos Deputados…absolutamente nada!

E uma bancada do baixo clero não podia agir diferente de como agiu no dia de ontem…7 a 1 a favor do Fim da Previdência Pública…

Salvou-se do escândalo a deputada Perpétua Almeida, do Partido Comunista

(Não disse?!! – no momento em estou concluindo este post tocou o aviso aqui das mídias do oestadoacre do primeiro release de Brasília anunciando apadrinhado em cargo federal…um toma-lá-dá-cá desavergonhado da nova política)

Isso fora as emendas (recursos de milhões da população) usados na negociação pelo governo Bolsonaro, amplamente denunciado por parte da mídia – para aprovar uma Reforma da Previdência que o economista francês, Tomas Piketti – diz com razão que vai aumentar a desigualdade, e você lê logo abaixo…

(Ah, e antes que esqueça…governo federal negociar voto com deputado, utilizando recursos públicos, há bem pouco tempo – era chamado de Mensalão…lembra?…e agora como se chama???)

J R Braña B.


Por Thomas Piketti (autor de O Capital do Século XXI  e Professor da Escola de Economia de Paris), hoje no Valor:

A quem interessa aumentar a desigualdade?

 

O Brasil discute uma reforma da previdência que tende a aumentar desigualdades, embora sua propaganda aluda ao combate de privilégios. O país também se prepara para debater uma reforma tributária de modo independente da previdência. Se a redução das desigualdades fosse finalidade das reformas, as mudanças na previdência deveriam ser outras. E ambas as reformas deveriam ser debatidas conjuntamente.

A reforma da previdência proposta aumenta muito a desigualdade de acesso à aposentadoria. Muitos brasileiros pobres começam a trabalhar muito cedo, mas não conseguem contribuir pelos 20 anos exigidos para obter a aposentadoria parcial, para não falar dos 40 anos para a aposentadoria integral.

Nas regras atuais, a primeira alternativa para aposentadoria é somar um tempo mínimo de contribuição (30 anos para mulheres e 35 para homens) com sua idade para alcançar um período de 86 anos para mulheres e 96 para homens, que aumentará a cada dois anos até chegar à soma 90/100 em 2027. A segunda opção é alcançar a idade mínima de 60 anos para mulheres e 65 para homens, com pelo menos 15 anos de contribuição. A desvantagem é o desconto do valor da aposentadoria pelo “fator previdenciário” que varia com a idade, o tempo de contribuição e a expectativa de sobrevida.

A proposta atual elimina a primeira opção. Aumenta a idade mínima feminina para 62 anos (com os mesmos 15 anos de contribuição) e mantem 65 anos para homens, mas exige 20 anos de contribuição. Também reduz a aposentadoria integral (obtida com 40 anos de contribuição) e aumenta o desconto da aposentadoria parcial (entre 20 e 39 anos de contribuição).

O problema é que os cidadãos que só conseguem se aposentar hoje por idade são trabalhadores precários que estão longe de alcançar o tempo de contribuição e idade exigidos nas novas regras: 56,6% dos homens e 74,82% das mulheres não alcançam. Em média os homens só conseguem contribuir 5,1 vezes por ano, e as mulheres 4,7 vezes, segundo estudo de Denise Gentil (UFRJ) e Claudio Puty (UFPA) para a Anfip.

Se precisarem contribuir mais 60 meses, supondo que continuem empregados e consigam contribuir no mesmo ritmo na velhice (o que é uma proposição absurda), a idade mínima real de aposentadoria parcial seria 74,8 anos para mulheres e 76,8 para homens, na média. Na prática, milhões não chegariam a se aposentar ou, com “sorte”, seriam transferidos para a assistência social, mas suas contribuições não seriam nem devolvidas.

Como são trabalhadores em empregos precários, aumentar seu tempo de contribuição não significa combater privilégios, mas aumentar a desigualdade. Significa retirar recursos de muitos trabalhadores pobres e vulneráveis que não conseguirão se aposentar.

De nada adianta reduzir a alíquota mensal de contribuição para os pobres se a contribuição se alonga por mais 60 meses e, no fim, nem garante a aposentadoria. O incentivo é para que não contribuam, o que coloca em risco até o pagamento das atuais aposentadorias.

(…) Ainda é tempo de debater com honestidade como combater privilégios e reduzir desigualdades. Porém, levar adiante a reforma da previdência nos termos atuais tornaria o Brasil um exemplo mundial de como destruir um sistema solidário de previdência e aumentar a desigualdade.


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