Crônica de Dandão: Torcedor localizado

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Torcedor localizado

 

Francisco Dandão – Eu não tenho um time do coração em todos os estados do país. Conheço muita gente que tem. Meu afilhado Manoel Façanha é uma dessas pessoas que torce por um time em cada estado. Por ser assim, ele tem várias chances de ser campeão todo ano. E, por isso, está sempre comemorando.

No meu caso, eu torço pelo Fluminense (isso desde pequenininho), provavelmente influenciado por uns vizinhos, no bairro da Base, em Rio Branco, que se descabelavam nos finais de semana pelo Tricolor das Laranjeiras, vibrando com os gols de Cafuringa, Flávio, Samarone e Lula!

Mas eu torço também pelos times do estado onde esteja residindo (temporária ou mais detidamente). Como atualmente eu estou “amarrando o meu burro” em Fortaleza (linda, bela e acolhedora como sempre foi), sigo vibrando pelo sucesso do Ceará e do Fortaleza na Série A do Brasileirão.

Com 39 pontos conquistados, cumpridos 30 jogos na competição, o Ceará ainda corre algum risco de rebaixamento. Mas nada assim que cause tanta preocupação, levando-se em conta que o primeiro time na chamada zona da degola, o Sport Recife, está nove pontos mais trás na classificação.

Já o Fortaleza, o segundo tricolor mais lindo do mundo (o primeiro é o Fluminense, lógico), este simplesmente está lá “nas cabeças”, jogando um futebol primoroso, e ostentando um honroso quinto lugar, com plenas condições de se classificar para a próxima Copa Libertadores da América.

Tudo estaria perfeito na minha vida de torcedor se não fosse o fraco desempenho dos times do Norte, região do país de onde eu me origino (nunca é demais lembrar que eu nasci em Brasiléia e passei a maior parte da minha vida no Acre, viu?). O futebol do Norte é o meu ponto fora dessa curva!

Neste ano da Graça de 2021, eu confesso que tive esperança de que dois clubes nortistas subissem um grau no mapa do futebol brasileiro: o Paysandu-PA e o Manaus-AM. Eles jogaram a Série C e eu esperava que ambos pudessem fazer companhia ao Clube do Remo na Série B de 2022.

Tanto Paysandu quanto Manaus chegaram à segunda fase da competição. A fase em que oito clubes disputam quatro vagas para ascender de divisão. Tanto um como outro, porém, falharam. O Manaus perdeu a vaga na última rodada. O Paysandu, por sua vez, não rendeu coisa alguma.

Dessa forma, caso o Remo não caia (bato na madeira nove vezes – três vezes três), novamente a região Norte do país terá apenas um representante na Série B de 2022. Mas é isso. Nem tudo pode ser perfeito. Um caso, muitos outros casos… Das entranhas do mundo ainda sobe um perfume profundo!

Francisco Dandão – cronista, compositor, escritor, jornalista e tricolor

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