Crônica de Dandão: Eterna memória!

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Eterna memória!

 

Francisco Dandão – Dentro de mais alguns dias se completam quatro anos do falecimento do maior jogador de futebol acreano de todos os tempos. Falo de Eduardo Rodrigues da Silva Filho, o Dadão, que saltou para o abismo da metafísica em 23 de abril de 2018, aos 67 anos, vítima de um acidente vascular cerebral.

Dadão nasceu no dia 18 de julho de 1950, no bairro do Caxias, vizinho ao bairro da Base, em Rio Branco, nas imediações da Rádio Difusora Acreana. Nesses dois bairros, ressalte-se, por um desses insondáveis desígnios do destino, nasceram grandes craques do futebol amador do Acre.

A propósito dessa confluência de nomes que nasceram nos bairros citados e marcaram o futebol do Acre, além de Dadão, lembro enquanto escrevo de Nelcirene, Xepa, Zé Carlos, Messias, Gilmar (estes da Base); Milton, Carlinhos Bonamigo, Hermínio, Antônio Maria (estes do Caxias).

Precoce, Dadão estreou como titular do Rio Branco aos 15 anos, no primeiro semestre de 1966. Ele era tão jovem que, em princípio, não foi aceito para fazer parte do primeiro time do Juventus, fundado nesse mesmo ano de 1966. Um erro que seria corrigido pela direção juventina em 1967.

Eu tive o privilégio de ser vizinho do Dadão num certo período das nossas vidas. Morávamos em ruas paralelas no Jardim Tropical. Eu morava na rua Dama da Noite, e ele morava na rua Oliveiras. Essa proximidade nos fez bater longos e descontraídos papos, aos sábados, na varanda da casa dele.

De modo geral, as conversas fluíam em torno de reminiscências, principalmente da passagem dele pelo Fluminense do Rio de Janeiro, clube para o qual ele se transferiu em 1970 e onde permaneceu por duas temporadas, alternando exibições nos juvenis com algumas no time de cima.

Em 1972, já sem idade para jogar pelo time juvenil, Dadão estava pronto para conquistar o seu lugar no time principal. Mas, segundo ele, por intransigência do seu pai, não foi possível assinar um contrato profissional. Aí ele foi gastar a sua bola no sergipano Itabaiana, onde logo virou ídolo.

No ano seguinte, 1973, depois de ser acometido por uma hepatite, Dadão voltou para sua terra natal, onde fez parte dos melhores esquadrões do futebol acreano, mostrando a sua arte até 1986. Nesse período, ele vestiu as camisas de Juventus, Atlético Acreano, Rio Branco e Independência.

Mas, além dessas reminiscências gloriosas, as nossas conversas giravam também em torno de passagens hilárias do futebol acreano. Uma dessas passagens, talvez a que mais o divertia, tratava-se de uma confusão com os nossos nomes (Dadão/Dandão). Qualquer dia eu conto essa história!

Francisco Dandão – cronista, poeta, escritor e tricolor

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