Francisco Dandão – Pelas regras do jogo, acordadas pelos candidatos ao título de presidente do Brasil, vai ter returno. Agora só restam dois contendores na busca pelo troféu. Os outros postulantes ficaram presos nas armadilhas do destino. Ou escorregaram em alguma casca de banana jogada no caminho.
A disputa teria acabado num único turno se tivesse havido uma goleada daquelas arrasadoras. Não foi o caso. Os dois sobreviventes continuam na luta. Nenhum se dá por derrotado. Houve um vencedor, é verdade. Mas, pelo regulamento em voga, a surra inicial não foi suficiente.
Se a gente se colocar no lugar do mapa do país, coincidentemente, quem deu a vitória momentânea ao contendor barbado foi o povo que habita no lado esquerdo. Canhotos, são, de fato, criaturas bem mais habilidosas. Posso citar várias dessas criaturas, a título de exemplo, no mundo do futebol.
O primeiro que me vem à mente enquanto escrevo é um maranhense chamado José Ribamar de Oliveira, que passou a ser conhecido nos gramados brasileiros pelo apelido de Canhoteiro. Ele jogou no América cearense e no São Paulo. Era um monstro correndo pela extrema-esquerda.
E teve um carioca chamado Júlio César, que jogou no Flamengo junto com o Zico (só pra citar a referência mais famosa). Esse sujeito driblava tanto, quebrava tanto os laterais, que ganhou o apelido de Uri Geller, este um israelense que brincava de entortar talheres só com a força do pensamento.
Teve também o Edu, batizado Jonas Eduardo Américo, que se notabilizou por ser o jogador mais jovem a ser convocado para disputar uma Copa do Mundo, no caso a de 1970, no México. O Edu era tão habilidoso que costumava derrubar os adversários com uma ginga de corpo à distância.
E teve ainda o Paulo Cézar Lima, o famoso “Caju”, que também fez parte do time tricampeão do mundo. O Paulo Cézar Caju era uma espécie de mágico da bola. Não raro, quando partia pra cima dos laterais contrários, ele fazia que ia, voltava, mas acaba indo mesmo. E ninguém o parava!
Sem falar, mas já falando, do senhor José Macia, mais conhecido como Pepe, que fez parte “apenas” (tão somente) do lendário Santos do rei Pelé, time que assombrou o planeta na década de 1960. Pepe, chamado de “canhão da Vila”, ali pela extrema esquerda do campo produzia milagres!
Por último, me vem à lembrança o Lula (Luís Ribeiro Pinto Neto), um pernambucano que fez história no Fluminense, entre as décadas de 1960 e 1970. Lula jogou pouquíssimo com a camisa da seleção brasileira. Apenas 13 jogos. Lula? Pernambucano? Treze jogos? Tal e qual! Vai saber! Rsrsrs.
Francisco Dandão – poeta, jornalista e tricolor