Francisco Dandão – Terminou a fase de grupos da Copa do Mundo do Catar. A metade dos times arrumou as malas e voltou pra casa. Entre as eliminadas, pelo menos, no meu entender, quatro surpresas: Uruguai, Sérvia, Bélgica e Alemanha. Esperava-se, de modo geral, muito mais de todas essas seleções citadas.
Do Uruguai esperava-se mais por conta de dois fatores. Primeiro, pela demonstração de garra e vontade de vencer que sempre tomam conta da Celeste Olímpica, no passado duas vezes campeã mundial (1930 e 1950). E segundo pelos jogadores renomados que vestem a camisa do país.
Da Sérvia, embora a seleção jamais tenha conseguido um título expressivo, existe normalmente muita expectativa em torno dela, uma vez que os caras de lá são famosos por exibirem um futebol que une dois ingredientes: aplicação tática e talento, dada as suas habilidades individuais.
E a Bélgica, hein, com uma marra do tamanho do planeta, principalmente pela eliminação que impôs ao Brasil na Copa da Rússia, que decepção! A desclassificação da seleção belga foi tão inusitada que um jogador deles, ao final, saiu socando o acrílico do banco de reservas. Putz!
Quanto a Alemanha, é a segunda vez que os compatriotas de Ludwig van Beethoven, Wilhelm Richard Wagner, Franz Anton Beckenbauer, Gerd Müller, Sepp Maier e outros, inclusive um tanto que não convém citar, vão para o espaço mais cedo numa Copa do Mundo. Duas vezes seguidas!
Aliás, falando de Alemanha, o que se diz nos círculos dos entendidos é que a seleção deles vai passar 70 anos apanhando em Copas, por conta daqueles 7 a 1 aplicados no Brasil em 2014. Seria, no caso, um castigo dos deuses do esporte, convocados numa convenção de feiticeiros brasileiros.
Faz tempo que eu escuto conversas sobre essa tal convenção. Em princípio, como eu sou um homem que não crê em bruxas (embora tenha certeza que elas existem), é claro que não levei a sério. Mas agora, depois de duas Copas que os caras levam ferro, já começo a ter algumas dúvidas.
Por outro lado (acabei de inventar essa expressão, viu?), algumas surpresas com as cores de zebras grandes e gordas pintaram nessa primeira fase que recém acabou. Quem, em sã consciência, apostaria que Japão e Marrocos liderariam seus grupos rumo às oitavas-de-final? Quem?
Mas então é isso. Agora, como dizem os filósofos, o bicho vai pegar. Não existe mais espaço pra vacilo. Concentração total, que a vida, tal e qual o futebol, é pra valer. Eu continuo acreditando no Brasil. No meu entender, nós temos grandes chances de levantar esse caneco. “Yes, we can!”
Francisco Dandão – poeta, jornalista e tricolor