Francisco Dandão – Escrevi na crônica passada sobre o super time do Independência, campeão acreano de 1974. O texto foi muito bem recebido pelos torcedores do Tricolor de Aço, pelas lembranças de um tempo em que a citada equipe dava um show a cada jogo.
Como não existe, porém, unanimidade nessa vida, ainda mais em se tratando de futebol, recebi uma mensagem do amigo Toinho Bil, juventino desde antigamente, afirmando que o Juventus, campeão de 1975, era melhor do que o Independência de 1974.
Aí eu corri aos arquivos para conferir o Juventus do referido ano, cujo time titular formava com Xepa (ou Milton – eles revezavam); Mauro, Mustafa, Maurício e Antônio Maria; Emilson, Carlinhos Bonamigo e Dadão; Julião, Walter Prado e Pitola.
Mas, além desses, que o elenco do Clube da Águia era cheio de caras da bola bem redondinha, havia ainda à disposição do treinador Aníbal Tinoco, entre outros, os laterais Otávio e Assis, os meias Pingo Zaire e Hermínio, e o atacante Carlitinho.
O Xepa, de tanto que pegava, chegou a ser profissional no futebol amazonense. E só voltou para o Acre por conta da promessa de um elevado cargo no serviço público. E o Milton passou mais de mil minutos sem levar um golzinho sequer.
Os laterais Mauro e Antônio Maria eram daqueles sujeitos que tanto defendiam quanto atacavam. E, por incrível que pareça, apesar de defensores, só jogavam na bola, sem precisar apelar ou dar pontapés nos ponteiros adversários.
Os zagueiros Mustafa e Maurício não contavam conversa. O Mustafa até que ainda exibia boa técnica. Tinha um físico de gladiador romano, mas sabia tratar a bola quando era preciso. Já o Maurício, este fazia da virilidade a sua maior virtude.
Quanto ao meio de campo do Juventus, com Emilson, Carlinhos Bonamigo e Dadão, era uma covardia para os times inimigos. Só quem viu esses sujeitos em campo sabe do que eles eram capazes. Dadão era até chamado de “o deus do futebol acreano”.
No ataque, Julião era um artista oriundo do futebol amazonense. Valter Prado, que depois virou deputado, era um tanque trombador. E Pitola era a formiguinha que ajudava a carregar o piano: habilidoso, mas sempre pegando na marcação. Grande Juventus!
Francisco Dandão – cronista e tricolor – Do amador ao profissional, Dandão conhece tudo…