O estudo ‘Contribuição da Matemática para a Economia’, do instituto Itaú Social em parceria com o IMPA, segue em destaque na imprensa. BBC Brasil, Folha e Valor Econômico abordaram os principais temas do estudo e a crescente demanda do mercado por profissionais da área.
Na reportagem ‘Porque universidades e empresas disputam matemáticos no Brasil’, a BBC aponta que esses profissionais “são valorizados porque têm habilidades que vão muito além de fazer cálculos e contas difíceis. Eles desenvolvem também uma capacidade de pensar problemas de forma abstrata e sair em busca de soluções. Mas o número de pessoas que formam nestas áreas no Brasil não parece estar dando conta da demanda”, diz um trecho da matéria.
O texto enfatiza ainda que os rendimentos de empregados ligados à matemática compõem 4,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, enquanto na França, por exemplo, a participação dos profissionais chega a 18%.
O diretor-geral do IMPA, Marcelo Viana, foi ouvido na matéria e destacou que as ciências matemáticas são fundamentais no desenvolvimento de novas tecnologias.
“Algoritmos, a ciência de dados e campos relacionados progridem rapidamente por serem cada vez mais presentes no dia a dia, nos produtos e softwares que usamos, como grande peso na economia”, explicou Viana.
Já a diretora de ciência do Instituto Serrapilheira, Cristina Caldas, defende ser preciso mais estímulo público e privado para ampliar a formação na área.
“Iniciativas que mostrem como modelos matemáticos, algoritmos e afins estão por trás de avanços que atendem demandas atuais, como o combate a epidemias e o progresso da computação”, disse Caldas.
O texto aponta também diferenças salariais entre profissionais que seguem a carreira de licenciatura e aqueles que optam por áreas de pesquisa, engenharia ou cargos executivos em empresas públicas. “Os baixos salários pagos para quem dá expediente na sala de aula faz com que menos matemáticos procurem a licenciatura”, pontuou o diretor-geral do IMPA.
Valor: Brasil precisa olhar com atenção para o ensino da matemática
No ‘Valor Econômico’, o artigo de opinião de Eduardo Saron, presidente da Fundação Itaú, ‘O poder da matemática para o emprego e a equidade’ chama atenção para a necessidade do Brasil olhar com mais atenção para o ensino da matemática se quiser combinar desenvolvimento econômico com redução das desigualdades sociais.
O texto também destaca como a matemática, altamente requisitada em um mundo pautado pela inovação e pela tecnologia, é fator determinante para aumentar a renda dos trabalhadores, para gerar empregos mais estáveis, qualificados e resilientes, e para incrementar o PIB do país.
Com base no estudo, o texto destaca que o desafio de melhorar esses indicadores começa no ensino básico, fase da formação em que o Brasil apresenta desempenho sofrível em matemática.
Nem tudo está perdido
Já no artigo ‘Sim, a matemática é para você’, na Folha de S. Paulo, a presidente do Instituto Sidarta, Ya Jen Chang, mostra, ao repercutir o estudo, que a matemática, inconscientemente, está presente em todos.
Segundo Ya Jen Chang, é importante esclarecer que os conceitos da disciplina vão além da matemática escolar voltada a infinitas tabuadas e memorização de fórmulas. Ela defende que é necessário falar da matemática como a ciência dos padrões, enxergando padrões na rotina, no trabalho, na escola e na família.
Ela traz ainda casos de profissionais que, mesmo não sendo matemáticos, utilizam a matemática rotineiramente, como, por exemplo, um ótimo vendedor. “Que faz a leitura do perfil de seus clientes — idade, sexo, hábitos de lazer, profissão, estilo de vida, filhos — para oferecer o produto adequado ao padrão de comportamento de cada um. Famílias com recém-nascidos certamente terão, na lista de desejos, objetos diferentes dos demandados por pessoas de terceira idade”, explica a presidente do instituto no artigo.
Ya Jen Chang finaliza reforçando a ideia de que sim, se você ainda acha que não nasceu para a matemática, está na hora de rever esses conceitos.