Tabelião aprovado em 5 concursos revela dicas de estudo com ChatGPT

Victor Volpe Fogolin diz que "ensinava" a IA antes de fazer perguntas, e transformou o robô em examinador

oestadoacre.com reproduz entrevista do site Migalhas

Cinco aprovações em concursos de cartório permitiram a Victor Volpe Fogolin escolher onde atuaria como Tabelião de Notas.

Nascido em Mato Grosso do Sul, Victor cursou Direito na USP e, aos 23 anos, foi aprovado em concursos de Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Goiás, Tocantins e São Paulo. O último Estado foi o escolhido e é onde ele atua hoje como Tabelião de Notas e Protesto.

Para colecionar as aprovações, Victor usou um método inovador de auxílio nos estudos: o ChatGPT.

A estratégia principal de Victor não era fazer perguntas à IA. Após “ensinar” o robô com seu próprio material, Victor o transformou em examinador, e usou o Chat para criar simulados, criar perguntas e traduzir termos jurídicos mais complexos.

Em entrevista ao Migalhas, o tabelião dá dicas de como tornar os estudos mais efetivos utilizando a ferramenta.

Confira:

Victor afirma que o ChatGPT não é bom apenas em respostas, mas também em perguntas. Foi essa a função que mais ajudou nos estudos. Para o tabelião, o maior erro que as pessoas cometem ao utilizar a inteligência artificial para os estudos é focar em fazer perguntas. “Não se faz perguntas diretamente para ele – antes disso, é preciso ensiná-lo.”

“Antes de qualquer pergunta ao ChatGPT, ele deve ser ensinado. Envie suas anotações, seus resumos, PDFs sobre o assunto. Só após ter aprendido, ele te dará boas respostas.”

Seguindo esta lógica, Victor conta que alimentava o ChatGPT com seu próprio material e, em seguida, pedia que aprendesse aquilo e que fizesse perguntas sobre o tema, ou explicasse termos. Quando não encontrava repertório na internet, Victor formulava simulados no ChatGPT a partir de suas anotações.

Fogolin afirma que um dos melhores usos da IA para estudos é formular boas perguntas, função que foi primordial para ajudá-lo nas provas orais. Com base no material disponibilizado por Victor, o Chat antecipou perguntas que os examinadores poderiam fazer. Assim, ele treinava em casa as respostas ideais.

“O ChatGPT me ajudou muito ao, a partir dos meus resumos, selecionar perguntas ideais, considerando o perfil da banca examinadora.”

Outro ponto importante foi a análise de perfil dos membros da banca. O então estudante enviou ao Chat os currículos dos membros da banca examinadora, e pediu a ajuda da inteligência artificial para formular perguntas que eles poderiam fazer, temas sobre os quais poderiam ter preferência a partir de suas áreas de atuação.

Por último, Victor cita como uma ótima função da IA a tradução do “juridiquês”.

“Aqueles termos difíceis que ninguém entende, eu pedia para o ChatGPT explicar como se estivesse falando para uma criança, ou para um leigo. Foi assim que entendi alguns temas mais complicados.”

Cuidados

Victor afirma que, muitas vezes, as informações fornecidas pelo ChatGPT são incorretas. Assim, ele recomenda que seja feita uma checagem. Por isso, é tão importante “ensiná-lo”.

E corrigir também funciona. “Após bastante prática e correção no próprio Chat, ele aprende, e as informações acabam sendo mais precisas.”

 

 

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